O estupro da segurança

O registro recente de um caso de estupro contra uma jovem em Palmital é indicativo da crise de segurança que assola as cidades brasileiras, incluindo as de pequeno porte, como é o caso confirmado em que houve assédio a outra moça, prima da que foi violentada em terreno baldio do bairro Paraná.

O ataque às moças aconteceu por volta das quatro horas da madrugada de um domingo, quando ambas voltavam para casa depois de passar parte da noite na região do Lanchódromo, espaço sempre muito frequentado por adultos, jovens e adolescentes nos finais de semana, como excelente opção de lazer.

O costume antigo e sempre seguro da circulação de jovens pelas ruas da cidade em horários alternativos, incluindo as madrugadas, está cada vez mais arriscado, pois outros casos de ataques sexuais a mulheres e de roubos mediante ameaça já foram registrados, incluindo a saída de escolas noturnas.

Entre os muitos motivos para a degradação social e a crescente violência urbana que se verifica está o aumento do consumo e, consequentemente, do tráfico de drogas, que sempre se somam a outros crimes praticados por aqueles que vivem às margens das regras sociais e também das leis.

“…a criminalidade está vencendo a batalha social verificada no país desde a colonização…” 

Prédios públicos mantidos sob vigilância permanente e cercados por grades, moradias cada vez mais fechadas, utilização de recursos eletrônicos, como câmeras de vigilância, cercas elétricas e alarmes comprovam que a população está cada vez mais refém do crime que já não escolhe hora ou lugar para acontecer.

Não obstante ao aumento do policiamento e do monitoramento dos espaços públicos e privados, a incômoda sensação de insegurança atinge a todos de maneira indiscriminada, restringindo muito o direito básico de ir e vir do cidadão e afetando de forma drástica a liberdade de escolher até mesmo o lazer.

Diante da constatação de que a criminalidade está vencendo a batalha social verificada no país desde a colonização, é preciso adotar medidas mais eficientes de combate à desigualdade social, econômica e educacional como única forma de fazer a necessária justiça a todos os brasileiros, uma vez que a repressão policial e a punição judicial não inibem o crescimento da violência.

Afinal, quando uma jovem sofre abuso ao caminhar pela rua de uma cidade, toda a sociedade é abusada em seus direitos fundamentais, provando que a violência está prevalecendo e que a segurança pública também está sendo violentada.

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Cláudio Pissolito

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