O PIB da corrupção

Um cálculo especulativo, feito há muito tempo, tem como certo o desvio de ao menos 30% do PIB brasileiro pelos mecanismos da corrupção que assola todos os entes públicos e particulares, desde a mais singela organização social, de benemerência, passando pelas igrejas e chegando à presidência da república, cujos titulares se transformam em magnatas do capitalismo nacional.

Neste amplo espectro de órgãos que malversam recursos que devem atender as camadas mais necessitadas da população estão incluídos prefeituras, câmaras municipais, polícias e judiciário.

A notícia de que grande parte das cúpulas dos tribunais de contas, que devem zelar pela probidade administrativa dos entes públicos, são ocupados por familiares de políticos alvos da fiscalização, comprova que a corrupção é organizada com o sentido da autoproteção, pois o envolvimento de representantes de todas as áreas cria a necessária blindagem para manutenção dos esquemas.

Diante da cooperação entre corruptos e corruptores, a sociedade fica refém da pobreza e da ignorância, como presa fácil para a compra de votos, seja por carência, pela cooptação ou pela crença nos corruptos que se apresentam como honestos.

“…um governo que arrastou parte da cúpula militar para o lodo dos interesses econômicos…”

O último reduto de esperança da pequena parcela honesta do povo, até então representado pelas Forças Armadas, sucumbiu de forma vergonhosa a um governo que arrastou parte da cúpula militar para o lodo dos interesses econômicos e dos privilégios absurdos concedidos aos detentores dos poderes e a seus asseclas.

Desvio de joias e relógios de elevado valor, recompra de produtos dos receptadores, altos salários turbinados com cargos políticos e as mordomias que cegam os idealistas de farda provam a generalização da corrupção em estágio muito avançado.

Afinal, nada se pode esperar de um povo carente de saúde, educação, moradia e segurança, que é enganado diariamente pelos pastores milionários, pelos padres midiáticos, pela polícia corrompida e pelos políticos que falseiam a suas próprias identidades para se apresentar como defensores da moral e dos bons costumes.

Os efeitos da corrupção aparecem na absurda desigualdade econômica e educacional que transforma grande parte dos brasileiros em párias da sociedade que reproduz o mesmo espectro social de filhos de rico cada vez mais ricos e filhos de pobres cada vez mais pobres, independentemente do tamanho do PIB do país que, em grande parte, é sugado pela corrupção.

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Cláudio Pissolito

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