O vício incurável do comércio

Há séculos que a humanidade convive, aceita, libera, restringe ou criminaliza o comércio e o uso de drogas, que passaram a ser denominadas lícitas ou ilícitas, dependendo da época e da forma como é feito o enfrentamento das chamadas sustâncias psicoativas, naturais ou sintéticas, sempre consumidas por jovens e adultos em todos os tempos.

Data de 3,5 mil anos A.C. que os humanos buscam na natureza as plantas que servem como alimento ou para amenizar as dores, aumentar a disposição ou para entrar em êxtase, incluindo o uso até mesmo em rituais religiosos ou como elemento de cura de doenças físicas e mentais.

Sejam plantas sedativas, como a papoula e o cânhamo, ervas excitantes, como o chá e a coca, ou inebriantes e alucinógenos, como os cactos e cogumelos, todos foram e ainda são muitos usados como alimentos especiais do corpo ou do espírito.

Com a evolução da ciência farmacêutica, os princípios ativos de muitas plantas e raízes alucinógenas foram sintetizadas e potencializadas, aumentando significativamente os efeitos sobre o corpo e o cérebro dos usuários, o que quase sempre leva ao vício de difícil superação e cria as oportunidade para o comércio dos produtos de grande aceitação e procura.

“…atividade tornada ilegal movimenta grande volume de recursos entre os marginais que a monopolizam e os viciados que são marginalizados…”

A mesma maconha, o cânhamo, ou a cannabis, que até há menos de 100 anos era de uso liberado, usada como meio de relaxamento do corpo e da mente, hoje está transformada em droga ilícita e combatida como o mal do século, mesmo que não tenha sido maléfica às gerações passadas.

E o fenômeno de combate às drogas, cuja atividade tornada ilegal movimenta grande volume de recursos entre os marginais que a monopolizam e os viciados que são marginalizados, se tornou o maior programa governamental em escala global de todos os tempos, atraindo cada vez mais o interesse mercadológico.

Com investimentos absurdos no combate ao comércio e ao consumo das drogas, as vezes maiores do que em programas de saúde e de moradia, os governos tornam os produtos ilícitos cada vez mais caros e, consequentemente, muito mais atrativos para quem os comercializa.

Assim como o cigarro, considerado como droga lícita, mas igualmente prejudicial à saúde, sempre foi aceito socialmente e agora perde importância e tem o consumo reduzido apenas com as campanhas que mostram seus efeitos negativos, as drogas ilícitas deveriam ser combatidas da mesma forma para reduzir o consumo e ainda gerar receita aos governos.

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Cláudio Pissolito

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