O vírus da reeleição

EDITORIAL JC

“…o povo se divide em defesa de seus heróis de pés de barro…”

A muito provável pior medida adotada na legislação política nacional foi o instituto da reeleição, que havia para os cargos legislativos e nos anos de 1990 foi estendida aos executivos.

Assim como vereadores, deputados e senadores se perpetuam nos cargos transformados em profissão, também muitos prefeitos, governadores e presidentes assumem os mandatos com o projeto da reeleição em mente.

Essa influência política exagerada, que transforma os períodos administrativos e legislativos em campanhas eleitorais, causa inchamento da máquina pública e enorme atraso no desenvolvimento econômico e social.

Exemplos claros se constatam na política atual polarizada, agressiva e insana, com os presidentes se preparando para a reeleição desde o dia da posse e governadores e prefeitos empenhados em novos mandatos. Assim sendo, as medidas mais duras, muitas delas bastante necessárias, são sempre adiadas para depois das eleições e, quando reeleitos, os executivos evitam deixar qualquer má impressão para não prejudicar a carreira.

Os mesmos métodos são usados pelos legislativos, que se esquivam de propor ou aprovar regras que possam causar impopularidade, mas criam muitos benefícios sem contrapartidas.

A discussão em torno do enfrentamento da pandemia e das vacinas serve de exemplo para a falta de comprometimento dos políticos com o interesse público e a fixação absurda pelos holofotes.

Os que agem coletivamente o fazem mais com o objetivo futuro de mostrar que tinham razão, assim como os imediatistas querem agradar a todos, independente dos erros que possam cometer.

Enquanto os líderes políticos que digladiam insanamente pelos interesses pessoais, o povo se divide em defesa de seus heróis de pés de barro, incapazes de enfrentar críticas e muito menos qualquer contrariedade.

O anúncio feito pelo governador João Dória, horas antes do presidente Bolsonaro, de olho nas vacinas que devem chegar, de que pretende vacinar todos os paulistas até o final de outubro, foi um gesto de oportunismo político para se antecipar ao inimigo, ex-amigo.

O pronunciamento do presidente Bolsonaro manifestando tristeza pelos mortos e prometendo a vacinação de todos os brasileiros ainda este ano foi um gesto de hipocrisia calculada, orientada pela assessoria que percebe o desgaste que está sendo causado pela exposição diária dos trabalhos da CPI da Covid.

O vírus da política e da reeleição são os mais letais. 

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