Operário Futebol Clube, que deu origem ao PAC, completa 90 anos de fundação

 

O Operário Futebol Clube, que deu origem ao Palmital Atlético Clube (PAC), completa hoje seus 90 anos de fundação. A equipe, também conhecida como Galo do Planalto, é parte importante da história do município, pois envolveu grande número de pessoas da comunidade palmitalense, seja como atleta, como membro da diretoria, como associado ou como torcedor. As equipes montadas pela agremiação, que disputou campeonatos profissionais, conquistou vários títulos e serviu para impulsionar o esporte na cidade entre as décadas de 50 e 80.

 

Fundado em 19 de dezembro de 1929, o Operário Futebol Clube foi criado a partir da união de um grupo de esportistas e simpatizantes de futebol de Palmital. A primeira diretoria, conforme ata de fundação, foi presidida pelo advogado Clóvis de Camargo Bueno, tendo como membros João Máximo das Chagas, Ciro Bittencourt, professor Adolfo Sanches, Abílio Feres Tarcha, Vicente Leone e Joaquim de Lima. O objetivo era organizar o grupo em uma entidade visando a manutenção de um time para a disputa de competições tanto no município quanto na região.

 

 

Em 31 de maio de 1930, houve a aquisição do terreno 12 mil metros quadrados onde hoje é o estádio Manoel Leão Rego, que pertencia a Francisco Goulart. Era no campo em que a equipe mandava os jogos em competições amadoras locais, como o Palmeirinhas e Corinthinha, e contra equipes da região. Entre os principais resultados, estão os títulos do Campeonato Amador Regional em 1957 e 1959. Na década de 60, o Operário também disputou torneios promovidos pela Federação Paulista de Futebol. O time foi campeão profissional da 3ª divisão do Campeonato Paulista nos anos de 1964, 1965 e 1966.

A equipe do Operário Futebol Clube, antes de partida em Paraguaçu Paulista 7 de setembro de 1946; em pé: Heitor Bueno, Benedito Pereira Pontes (Zula), Sebastião Ramires (Careta), Neco, Dirceu Nigro, Mário Malassis, Jayme Sturion, Ângelo Pinheiro; agachados: Jorge Cowboy, Piava, Lico Paris, José Henrique da Silva (Juca), Baldo Machado, Dorival Felisbino, Zeca Amorim.

 

Durante a década de 60, as partidas do Operário eram verdadeiros eventos sociais, que atraíam grande número de famílias e eram marcadas, às vezes, por alguns rituais. Um dos costumes era o “cortejo” da equipe entre a sede social, no cruzamento das ruas Vereador Clóvis da Camargo Bueno e Rui Barbosa (esquina com o Banco do Brasil) e o estádio. Os jogadores, que se trocavam no prédio da agremiação, iam uniformizados até o campo, acompanhados por torcedores e a banda musical de Palmital.

 

OBRAS – O primeiro portal de entrada do estádio e a sede social do clube foram inaugurados em fevereiro de 1960, na gestão de Miguel Assad Taraia. Posteriormente, durante a administração do presidente Filomeno Leone, no início dos anos 60, o estádio foi batizado Manoel Leão Rego, que é considerado benemérito do clube e fez doação para a construção da sede social. Segundo o cartorário aposentado Bento Gonçalves Gil, a denominação do estádio ocorreu porque Mané Leão havia perdoado uma dívida que o clube tinha com ele, referente a empréstimo para a construção da sede social.

A antiga entrada do estádio do Operário Futebol Clube

 

O time, além da grande torcida, tinha apoio das autoridades municipais e às vezes foi alvo de disputas políticas entre grupos de situação e oposição. Uma delas ocorreu entre o final dos anos 60 e início dos anos 70, quando a Prefeitura era comandada pela oposição a Mané Leão e construiu a atual entrada do estádio. Além da obra, houve a mudança do nome das instalações, batizadas com o nome de Emílio Garrastazu Médici, em homenagem ao general que presidiu o Brasil durante os anos de chumbo da Ditadura Militar. Posteriormente, quando Mané Leão foi prefeito de Palmital pela terceira vez, construiu a arquibancada coberta no estádio, com vestiários embaixo, para substituir a estrutura de madeira que acomodava o público. O nome do campo também foi mudado, voltando à denominação anterior.

Sede social do clube que foi inaugurada em 1960, parcialmente destruída por um incêndio em 2004 e demolida em 2012

 

PAC – Em 9 de maio de 1967, em reunião do Conselho Deliberativo presidida por Eloi Atanis Garcia, houve a alteração do nome da entidade para Palmital Atlético Clube. A mudança na denominação teria o objetivo de identificar a equipe com o nome do município. Em 1968 houve a formação da primeira diretoria do PAC, que foi presidida por Filomeno Leone.

O Operário foi campeão em 1964; em pé: o presidente Arthur Moreira, o vice-presidente Cherubim de Matos, o técnico Heitor Bueno, Guri, Pedro Bala, Apparício Andrade, Mingo, João Parrilha, João Messias, Zé Maria e Osmar; agachados: Carlinhos, Zé do Pito, Vando, Bene Bergamaschi, Elias, James Euzébio e Joel.

 

Nas décadas de 70 e 80 o time do PAC disputou várias temporadas na 3ª divisão do Campeonato Paulista de Futebol. As equipes profissionais eram montadas com combinados de atletas de Palmital e jogadores contratados de outras cidades. O melhor momento foi na temporada de 1987, quando conquistou o acesso à 2ª divisão do Paulista. O resultado foi considerado um grande feito numa época em que havia apenas três divisões no futebol paulista. Porém, o time não recebeu troféu de campeão nem ascendeu à segundona, pois a Federação Paulista fez uma reformulação nas divisões e acabou deixando o PAC terceirona.

O PAC campeão da terceira divisão de 1987; em pé: Gerson Pinga, Renan, Zé Maria, Paulão, Chicão (zagueiro), Chicletão, Fumaça, Carlos Alberto, Jaburu, Cidão e Beto; agachados: Massagista, o técnico Gilmar, Gazola, Chicão (centroavante), Ricardinho, Tico, Fogueira, Niga, Preto, Maurinho, Baiano e Pelézinho.

 

Na época, quando o clube era presidido por José Carlos de Moraes, o PAC disputou o quadrangular final e foi beneficiado por uma combinação de resultados para obter o título. Na última partida da competição, a equipe foi a Tupã e venceu o time da casa por 1 a 0. A partida foi apitada por Dulcídio Wanderley Boschilia. “A partida foi realizada à noite, no meio da semana. Quando chegamos a Palmital havia grande festa, com recepção na entrada da cidade. Depois a comemoração foi para a praça da Matriz, onde pessoas ficaram festejando até a madrugada”, recorda o ex-jogador Ademir Gazola.

 

Atualmente, o PAC está há mais de vinte anos sem contar com uma equipe profissional – a última foi disputada na B1B (5ª divisão do Paulista) em 1997, em partidas que eram mandadas no estádio Miguel Assad Taraia, no Jardim das Flores. Em fevereiro de 2004, um incêndio praticamente destruiu as instalações da sede social, que possuía um salão para a realização de eventos e espaço para alojamento de atletas. A sede social passou anos abandonada e foi desapropriada pela Prefeitura em 2012, por meio de ação judicial. O prédio foi demolido posteriormente, dando lugar à Farmácia Municipal “José dos Anjos Arantes”, inaugurada em abril de 2014.

 

O estádio Manoel Leão Rego foi mantido para competições amadoras. Em 2014, por iniciativa de um grupo de diretores e admiradores do PAC, sob o comando do professor Moraes, houve a construção do Centro de Formação de Atletas (CFA) José Jorge Verza, que funcionou por pouco tempo. Atualmente, as instalações e o campo são sede para a Academia de Futebol Palmitalense, que treina garotos para categorias de base.

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1 Comentário

reinaldo 6 de janeiro de 2023 - 17:24

muitas saudades

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