Desde que surgiram, a menos de 20 anos, as plataformas que se identificam como redes sociais passaram a substituir a comunicação social que, até então, dependia dos meios de comunicação tradicionais, como os jornais, as revistas e as emissoras de rádio e de TV, empresas privadas com profissionais habilitados e com responsabilidade civil e criminal.
A migração do público leitor, interessado nos temas políticos, econômicos, sociais e religiosos, para a facilidade, o comodismo e a gratuidade da internet, foi rápida e avassaladora, transformando as plataformas virtuais em fontes de informação.
Junto com a facilitação do acesso às informações sem qualquer controle, foi criada a possibilidade do consumidor de notícias, mesmo sem qualquer conhecimento ou qualificação, também se tornar criador de conteúdo que fica disponível na rede mundial de computadores e pode atingir número incalculável de pessoas.
Para alimentar o sistema, houve também a migração da publicidade e das lojas físicas, de todos os produtos, para as facilidades da internet, anunciando uma revolução rápida da tecnologia a serviço da sociedade.
“…surgiram também os criminosos agindo na comodidade de suas casas ou escritórios…”
Entretanto, junto com o grande fluxo noticioso, comercial e financeiro na internet, surgiram também os criminosos agindo na comodidade de suas casas ou escritórios, criando e aplicando golpes ou disseminando mentiras ou falsidades a serviço de interesses políticos, ideológicos ou econômicos, tornando a internet um retrato fiel da sociedade atual.
A diferença é que para os crimes do mundo real existem regras para avaliação, meios para denúncias, formas para investigação, métodos para punição e instituições públicas preparadas para o enfrentamento, enquanto que os crimes virtuais, praticados pela internet, permanecem no limbo da legislação.
Aproveitando-se do vazio regulatório existente, as redes sociais se especializaram em, por meio dos algoritmos espiões, simplesmente “escanear” a vida privada, econômica e profissional, a personalidade, os negócios, os endereços, os gostos, as fraquezas, os hobbies e até os desejos dos usuários para criar bancos de dados de valor inestimável para quem deseja oferecer produtos, serviços ou, até mesmo, aplicar golpes.
Assim se criou a legião de aficionados pelas redes sociais, muitos deles dependentes ou viciados, transformados em reféns de um sistema cooptado pelo capitalismo em que poucos ganham e a grande maioria perde.
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