Paciente grave da Covid-19 que teve alta foi tratada com cloroquina, diz médico

A Santa Casa de Ribeirão Preto (SP) confirma ter utilizado cloroquina em uma paciente de 65 anos que teve alta no fim de semana depois de ser internada com sintomas graves da Covid-19. Após oito dias de internação, Antônia Gonçalina Massoneto, que é instrumentadora cirúrgica, deixou o hospital no sábado (11/04) sob palmas da equipe médica.

 

O Ministério da Saúde autorizou a administração de cloroquina para pacientes com coronavírus em estado grave, mas ainda não há resultados conclusivos para as pesquisas com o medicamento, que é usado principalmente contra a malária. Além disso, há alertas sobre o risco de complicações causadas pela toxidade do remédio.

 

De acordo com o médico Augusto Marcussi Degiovani, assistente da diretoria técnica da Santa Casa, o uso da medicação foi monitorado e realizado mediante protocolos de segurança estabelecidos pelo governo federal, em combinação com outros medicamentos, além de suplementação venal de oxigênio contra a falta de ar.

 

Por isso, ele ressalta que ainda não é possível estabelecer uma associação direta entre o uso da cloroquina e a cura clínica da idosa, mas acredita que há indícios de que a aplicação pode ser promissora em alguns casos.

 

“Hoje ela é um caso excepcional, uma paciente grave que saiu bem, idosa que se saiu bem, mas conforme a gente vai conhecendo e melhorando o arsenal terapêutico talvez ela vire regra. É o que a gente espera: que as curas se tornem a regra”, diz.

 

 

DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO

Com sintomas de gripe, Antônia procurou a Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) da Vila Virgínia no dia 25 de março, quando recebeu o diagnóstico clínico de H1N1. A médica receitou tamiflu e azitromicina, e ela foi liberada sem exame.

 

Dias depois, sem melhora, Antônia recorreu ao atendimento da Santa Casa, onde acabou sendo internada. A equipe colheu amostras para testá-la para o novo coronavírus, mas, enquanto aguardava o resultado, ela recebeu alta e passou a ser monitorada em casa.

 

No dia 3 de abril, a paciente retornou à Santa Casa com quadro respiratório mais grave e foi internada após ter a confirmação de que estava com a Covid-19. Ela testou positivo para a doença em um laboratório particular e a contraprova do exame foi realizada pelo Hospital das Clínicas (HC), que é credenciado para o teste.

 

“Foi horrível. Eu falava: ‘Por que isso aconteceu comigo? Será que eu sou tão ruim assim? Por que eu não fiquei em casa?’ Você vê tanta coisa na televisão, só que acha que com você nunca vai acontecer. Eu sou de me cuidar. Sempre lavo as mãos, redobrei a coisa, só que fui premiada”, lamenta.

 

A partir de então, por cinco dias a Santa Casa complementou o tratamento com dois comprimidos diários da cloroquina, sem deixar de ministrar os outros medicamentos. Antes de iniciar as doses, o hospital confirma ter avaliado as condições cardíacas da mulher, já que a substância em questão tem efeitos colaterais como arritmia.

 

“Primeira coisa: a gente tem que saber se não há contraindicações clássicas para administração dela, que basicamente são alguns achados eletrocardiográficos que poderão causar arritmias graves. Então, temos que ter essa segurança. Ela não tinha qualquer contraindicação ao uso assistido da medicação”, afirma Degiovani.

 

Ao mesmo tempo, Antônia conta que também praticou exercícios respiratórios durante a internação. “Uma fisioterapeuta começou a me ajudar a fazer exercício respiratório e eu fiquei sábado à noite inteiro fazendo exercício respiratório. A hora que eu fazia dava uma melhorada, depois caía de novo, aí eu fazia de novo”, conta.

 

Aos poucos, a paciente demonstrou melhora, principalmente em relação à falta de ar, gradativamente foi dispensando o uso de suplementação de oxigênio e, no último sábado (11), foi considerada clinicamente curada da Covid-19.

 

“Como vou te garantir que ela teve cura? Só repetindo o exame e aguardando a carga negativa do vírus. Nós não dispomos disso ainda. Não a Santa Casa. O nosso sistema de saúde não tem essa rotina de fazer o exame de controle. Mas ela sai curada do ponto de vista clínico. Não depende de oxigênio, não tem falta de ar, termina o ciclo das medicações.”

 

Para Antônia, poder voltar para casa em boas condições de saúde é o mais importante, neste momento, independentemente de qual tenha sido o fator determinante para a cura. “É uma glória, uma coisa muito boa. Da hora que o doutor falou para mim que eu ia ter alta, a noite passada eu não fechei o olho no hospital. Eu não acreditava, porque é muito bom você voltar para casa. Eu cheguei aqui em casa chorando, subi chorando. Tudo que eu queria era voltar para casa.”

 

De acordo com o médico, Antônia é a primeira paciente da Santa Casa a completar o ciclo de tratamento, entre outros que foram internados com Covid-19 que têm utilizado a medicação. Por isso, ele explica que ainda é cedo para confirmar a eficácia, mas que a evolução da idosa gera uma expectativa positiva. “A gente vem enxergando com otimismo, inclusive acompanhando sistematicamente os novos trabalhos acerca dessa medicação, utilizando nos casos graves, internados, em que a gente tenha disponibilidade de monitorização cardíaca o tempo todo.”

 

Segundo ele, o estoque de cloroquina é suficiente para o atual fluxo de atendimentos, mas pode ser necessário ampliar a quantidade de medicamento, se aumentar o número de pacientes que se enquadrarem nas mesmas práticas de utilização. “Tem o risco de que não se consiga compra se de repente a demanda aumentar. Para o cenário atual vem sendo suficiente.”

 

Sobre o diagnóstico de H1N1 feito na UBDS da Vila Virgínia, a Prefeitura informou que a paciente apresentava quadro leve de infecção nas vias áreas superiores. Foi coletado material para testar influenza e o resultado deu negativo. De acordo com a Prefeitura, apenas pacientes sintomáticos internados são testados para Covid-19.

Fonte: G1

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