Padrasto é condenado a 8 anos de prisão pelo assassinato de adolescente em Assis

Em um júri popular realizado na quarta-feira, 11 de setembro, e acompanhado integralmente pela redação Abordagem Notícias, Edson de Oliveira, de 50 anos, foi condenado a oito anos de prisão pelo assassinato de sua enteada, Ana Carolina da Silva Montolezzi, de 17 anos. O crime, ocorrido na noite de 24 de agosto de 2018, chocou a cidade de Assis: Edson atirou na testa da jovem dentro de sua própria casa. Após o disparo, ele escondeu a arma na casa de um tio e fugiu, sendo capturado pouco depois, no anel viário de Cândido Mota, enquanto se dirigia ao seu rancho em Porto Almeida. Apesar da condenação, Edson não será preso imediatamente, pois a defesa já anunciou que irá recorrer da sentença.

O julgamento foi presidido pelo juiz Bruno César Giovanini Garcia, da Vara Criminal de Assis. A defesa ficou a cargo dos advogados Alexandre Valverde e Marina Helou Giraldeli Toni, enquanto a acusação foi conduzida pelo promotor do Ministério Público, Fernando Fernandes Fraga. O júri, composto por quatro homens e três mulheres, começou às 10h da manhã e se estendeu até 1h30 da madrugada de quinta-feira. O plenário, apesar da relevância do caso, esteve parcialmente vazio, com ocupação abaixo da metade da sua capacidade.

Defensores do réu: Alexandre Valverde (ao centro), assistido por Rodrigo e Marina Helou Giraldeli Toni

O júri foi marcado por pontos divergentes, que trouxeram complexidade ao caso. Um dos aspectos centrais foi a discussão em torno dos horários das ligações telefônicas feitas na fatídica noite, pela mãe de Ana Carolina, Ana Maria, à filha, e os depoimentos contraditórios de várias testemunhas. Esses detalhes acabaram criando uma atmosfera de incerteza quanto ao resultado do julgamento. Outro ponto polêmico foi a exploração, pela acusação, da imagem do quarto de Ana Carolina, exibida reiteradamente em um telão. A cena mostrava o quarto da jovem em condições precárias, com chão de cimento e desorganização visível. Foi alegado pelo réu que o cômodo estava em reforma. 

De acordo com os relatos, Edson e sua esposa, Ana Maria, retornavam da igreja naquela noite de agosto. Ao chegarem em casa, perceberam que a luz do quarto de Ana Carolina se apagou, e, após chamá-la por três vezes, sem resposta, Edson foi ao quarto, pegou um revólver calibre .38, acreditando que havia um intruso na casa. Ao abrir a porta do quarto de Carol, avistou um vulto se aproximando e disparou, atingindo fatalmente Ana Carolina, na testa.

Márcio Montolezzi, pai de Ana Carolina: “Justiça feita após seis anos”

Testemunhas importantes foram ouvidas, incluindo o pai da vítima, Márcio, que expressou ao portal Abordagem o alívio com a condenação, relatando seis anos de angústia e espera que a justiça fosse feita. A mãe da jovem, presente no julgamento, e na condição de testemunha, defendeu o marido, assim como os irmãos de Ana Carolina fizeram, reforçando a alegação de que Edson sempre foi um bom pai, o que também foi rebatido por testemunhas da acusação.

Apesar da condenação, a defesa de Edson já anunciou que recorrerá da decisão, o que permite que o réu permaneça em liberdade até que os recursos sejam transitados em julgados.

Fonte: Abordagem Notícias – Fotos: Abordagem Notícias

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