Seminarista teria sido abusado pelos padres entre 2002 e 2003
A Diocese de Assis publicou dois decretos para determinar o afastamento dos padres Oldeir José Galdino, que foi pároco de Palmital, e Maurílio Alves Rodrigues, denunciados por um ex-seminarista por abuso sexual que teria sido cometido entre 2002 e 2003.
Os decretos assinados pelo bispo diocesano, Dom Argemiro de Azevedo, e pelo Chanceler da Cúria, Padre Alan da cruz Joaquim, foram editados na segunda-feira, dia 30, e publicados nesta terça (31/05) como “Medida Cautelar”.
As denúncias à Arquidiocese de Botucatu, feitas pela vítima em 2021, integram o procedimento instaurado para investigar o caso, quando os documentos chegaram no Vaticano e os dois padres foram proibidos do exercício do ministério sacerdotal. Oldeir comandou a Paróquia de São Sebastião, em Palmital, entre 2008 e 2012.
O afastamento considera “as acusações graves em desfavor” dos dois religiosos e foram consideradas como indícios de delito e risco de demora na tomada de decisões.
Os decretos dizem ainda que a medida busca garantia e proteção da Justiça e a evitar escândalo com manifestação violenta, física ou moral. Determinam ainda que, em caso de absolvição, as medidas sejam revogadas.
O padre Oldeir havia assumido no início do ano a Paróquia São Donato, em Pedrinhas Paulista. Antes, ele comandava a comunidade da Catedral de Assis. Maurílio estava como pároco da comunidade São Nicolau, a Igreja Redonda de Assis.
DENÚNCIA – Padre Oldeir era pároco de Iepê e, conforme a denúncia que é apurada pela Igreja e pela Polícia Civil de Assis, teria praticado violência sexual contra a vítima em 2002, época em que o rapaz era seminarista e tinha 16 anos. Em formação para carreira religiosa, ele teria passado a noite na Casa Paroquial e recebido convite para dormir no quarto do padre. Disse ter acordado durante o estupro e ainda sofrido pressão do clérigo.
Padre Maurílio, segundo a acusação, teria sido procurado como consultor e orientador após o caso e usado a aproximação com o jovem para iniciar um relacionamento abusivo em que o denunciante disse ter sido usado como “um brinquedo sexual”.
O caso envolve longa denúncia com detalhes, áudios com o que o seria uma tentativa de suborno para abafar o caso e agora o registro de um boletim de ocorrência, feito pelo denunciante para “segurança pessoal” após circulação das denúncias.
O ex-seminarista tem hoje 36 anos, é casado, servidor público e diz que decidiu denunciar o caso depois de conseguir falar com a esposa a respeito. Disse ainda que passou por terapias e ainda faz uso de medicamentos para depressão.
Como os padres foram procurados por veículos de comunicação e não se pronunciaram até o fechamento desta edição, O JC aguarda a manifestação dos padres para que apresentem suas versões sobre os fatos narrados.