Feriado municipal também celebra os 133 anos de fundação da cidade; eventos religiosos e quermesse marcam as comemorações a São Sebastião
A tradicional festa religiosa de São Sebastião está sendo realizada neste final de semana em homenagem ao Padroeiro de Palmital, que completa 133 anos de fundação. A Paróquia de São Sebastião desenvolve programação religiosa e festiva com quermesse na Praça da Bandeira, em louvor ao santo protetor contra a peste, a fome e a guerra, considerado patrono de diversas categorias profissionais como policiais e farmacêuticos.
As atividades religiosas em louvor a São Sebastião foram iniciadas na semana passada, quando a imagem do santo saiu da igreja Matriz e passou por todas as comunidades da Paróquia. Na noite de ontem, após o fechamento desta edição, ela retornaria ao ponto de origem. Amanhã, a partir das 10 horas, será celebrada missa solene em louvor ao Padroeiro.
Na noite de ontem foi iniciada a quermesse na Praça da Bandeira com barracas que oferecem alimentos, bebidas e doces aos participantes. A programação segue hoje com brinquedos para crianças e apresentação musical. Amanhã será servido o almoço beneficente, seguido de leilão de gado, com renda revertida às atividades desenvolvidas pela Paróquia de São Sebastião.
Palmital foi fundada no século 19
A fundação de Palmital ocorreu durante o desbravamento do sertão do Paranapanema no final do século XIX. Na época, a política fundiária foi formulada para agilizar o adensamento dos aldeamentos que visavam a defesa da propriedade da terra. Com a Lei de Terras de 1850 e do Regulamento de 1854, foi impulsionada a chamada Frente Pioneira, movimento que buscou acelerar a ocupação do sertão paulista por meio da ocupação de diversas regiões, incluindo o Vale do Paranapanema.
A partir da década de 1880, teve início o processo de partilha, medição e divisão de terras e imóveis chamados de fazendas. Vindo de Botucatu, abrindo estradas e picadas nas matas nativas, José Theodoro de Souza, junto com Francisco de Paula Moraes e João da Silva Oliveira, demarcaram a Fazenda Taquaral, com mais de 760 mil alqueires, localizada desde o rio Novo até as margens do rio Paraná e Paranapanema até o rio do Peixe.
Em 30 de maio de 1856, José Theodoro registrou a posse da área, onde hoje é o município de Palmital, em Botucatu. Com a morte da primeira mulher de José Theodoro, as fazendas entraram em inventário. O mesmo aconteceu quando morreu o próprio Theodoro, em 24 de julho de 1857, quando este havia se casado pela segunda vez. Em 1886, a data considerada como de fundação do povoado, as terras da Fazenda Palmital antes vendidas a Porfírio Álvares da Cruz, já estavam tomadas por posseiros que demarcaram lotes e plantaram café.
O primeiro a se instalar na região foi João Batista de Oliveira Aranha, vindo de São Manuel. Ele tomou posse da área localizada a quatro quilômetros da atual cidade, na Água dos Aranhas. Depois vieram as famílias de Joaquim Silvério da Cruz e de Salvador Ricci, que se estabeleceram na Água Clara. Já em 1910 chegaram Júlio D’Oliveira Castanhas e Licério Nazareth de Azevedo, que construiu o primeiro hotel. Elias Chedid também chegou e instalou um armazém nas terras de Francisco Severino da Costa.
A primeira capela foi construída em homenagem a São Sebastião, por iniciativa de Cândido Dias de Mello, com a primeira missa rezada pelo padre Antônio Ferreira, da Paróquia de Campos Novos. Entre 1909 e 1911, os posseiros passaram a receber do governo do estado os títulos de propriedade das áreas ocupadas. Parte das terras sem registro foi vendida, sem considerar a posse registrada por José Theodoro, em 1850 em Botucatu, dando início a um dos processos de litígio mais demorados da história da justiça.
Em 19 de abril de 1921, Aristides Álvares da Cruz, herdeiro de Porfírio Cruz, entrou com Ação Reivindicatória contra o Estado e os possuidores de terras da época, reclamando os direitos sobre a propriedade “Fazenda Palmital”, adquirida por seu pai. A batalha judicial foi solucionada pela decisão expedida em 29 de outubro de 1981, pelo então juiz da Comarca de Palmital, Jayme Gomes Franco, que condenou o governo a indenizar os herdeiros dos bens aos sucessores Sylas de Camargo Schreiner e Dr. Leonel Braga. O valor milionário da indenização não foi completamente quitado e o processo ainda tramita no Judiciário paulista.