Dados passados ao Jornal da Comarca pela Secretaria de Saúde da Prefeitura confirmam uma situação de situação epidemia de dengue em Palmital. De acordo com o órgão municipal, houve 587 notificações para a doença do dia 1º de janeiro até a tarde desta segunda-feira (10/02). Dos resultados laboratoriais divulgados, 165 foram positivos e 37 negativos. O restante dos pacientes ainda aguarda a realização dos exames de sangue ou os laudos da sorologia feita pelo Instituto Adolf Lutz de Marília para confirmar ou descartar a doença.
Diante do risco da situação ser ainda mais grave que a de 2015, quando mais de 600 pessoas foram infectadas pela dengue em Palmital, a Prefeitura mobilizou sua equipe para o combate ao Aedes aegypti. O volume de ocorrências registrado durante os primeiros 40 dias de 2020 é muito superior às estatísticas da doença apuradas no ano passado. Segundo a Secretaria de Saúde, houve 277 notificações e 80 casos confirmados em 2019.
Desde o início de janeiro houve um intenso fluxo de notificações de pacientes atendidos com sintomas de dengue em unidades básicas, principalmente na região do São José, e no Pronto-Socorro. A situação pôs a Secretaria de Saúde em alerta e fez com que o órgão municipal mobilizasse as equipes de Controle de Endemias e os agentes comunitários do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) para o trabalho de bloqueio a criadouros.
As equipes visitam domicílios para orientação da população, pedindo a colaboração para evitar os focos do mosquito, e fazem a remoção de criadouros. Na semana passada, com o objetivo de intensificar o combate ao Aedes aegypti, foi iniciado um novo Mutirão da Limpeza, com a participação das equipes das secretarias de Obras e Agricultura, para coletar o entulho depositado nas ruas por moradores que fizeram a retirada de lixo e recipientes que possam acumular água de terrenos e residências.
A equipe de Controle de Endemias também iniciou na semana passada a nebulização com inseticida para combater o mosquito adulto e tentar reduzir a transmissão no bairro Afonso Negrão, um dos mais afetados pela epidemia. O trabalho realizado entre terça e sexta-feira também abrangeu as áreas do Jardim Paulista e dos conjuntos habitacionais Waldyr Faro e Albino Rainho.
A nebulização tinha previsão para ser reiniciada nesta segunda-feira no bairro São José, cobrindo o perímetro entre as ruas Uruguai, São Paulo, Estados Unidos e Joaquim Amâncio Ferreira. Porém, a ação teve de ser cancelada devido às chuvas e, com a formação de locais com acúmulo de água, deverá ser realizada somente após um novo trabalho de bloqueio aos criadouros na localidade, com a aplicação de larvicida.
Posteriormente, segundo o órgão da Prefeitura, o trabalho deverá ser estendido para a área do conjunto Miguel Huertas. Há a expectativa de que, até a próxima semana, as ações de bloqueio e erradicação do mosquito transmissor da dengue possam chegar a outras localidades da cidade, como a Vila Mazeto, que também tem um grande número de pacientes vitimados pela doença.
Enquanto Brasil “espera” primeiro caso de coronavírus, dengue registra alta de 71%
Fora dos holofotes em meio ao risco de chegada do novo coronavírus, a dengue tem voltado a crescer e já soma 94 mil casos neste ano, de acordo com novos dados do Ministério da Saúde. O total representa um aumento de 71% em relação ao mesmo período de 2019. O balanço considera os dados informados por secretarias de saúde até a quinta semana do ano.
“Com certeza, este ano será pior do que o ano passado, e os dados já mostram isso”, afirmou à reportagem da Folha o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.
Em encontro com secretários estaduais e municipais de Saúde para discutir medidas de controle do coronavírus, o Ministério da Saúde fez um apelo para que a rede de saúde reforce a vigilância contra o novo vírus, mas não perca a atenção para outras velhas doenças que atingem o país.
Nos últimos dias, o alerta em torno do coronavírus identificado na China e a necessidade de trazer brasileiros em Wuhan fizeram o governo declarar emergência em saúde pública.
O ministério também passou a soltar informes diários de casos de suspeita de infecção pelo vírus. “Ainda não temos casos confirmados de coronavírus no Brasil. Mas temos outros desafios simultâneos que não podemos baixar a guarda”, disse Oliveira no evento, citando em seguida dados de sarampo, febre amarela e dengue.
Fonte: Folhapress