‘Panela do bem’ acolhe quem vive em ruas do centro do Rio

Grupo de voluntários distribui entre 250 e 300 quentinhas semanalmente para pessoas em situação extrema de vulnerabilidade.

A pandemia da covid-19 tem revelado uma multidão silenciosa que age e trabalha incansavelmente para diminuir o sofrimento de quem vive abandonado pelas ruas. O grupo ‘Panela do Bem’, que reúne integrantes de vários bairros da capital carioca, faz parte dessa parcela expressiva que agora, mais do que nunca, corre contra o tempo e as circunstâncias para saciar a fome de muita gente.

Desde que a propagação da doença levou ao fechamento de boa parte do comércio e impôs uma quarentena no Rio, alguns milhares de homens e mulheres que vivem pelas ruas do centro da cidade passaram a conviver com o drama de não ter a quem pedir.

Ação de solidariedade promovida pelo grupo Panela do Bem ampara moradores em situação de rua no Rio

Ação de solidariedade promovida pelo grupo Panela do Bem ampara moradores em situação de rua no Rio

Foto: Divulgação

Eles dependem exclusivamente, neste momento, de iniciativas como a que é feita pelo ‘Panela do Bem’. Na verdade, esse grupo já existe faz seis anos, com o compromisso, até recentemente, de doar quinzenalmente refeições para moradores em situação de rua da região central do Rio e, às vezes, do bairro da Tijuca, na zona norte.

Procuravam fazer isso em dias nos quais os atendidos não receberiam nada de outras ações solidárias – já sabiam disso de antemão.

Mas, com a chegada da covid-19, o ‘Panela do Bem’ intensificou a entrega e passou a oferecer as refeições semanalmente. São entre 250 e 300 quentinhas doadas todas às sextas-feiras, perto do prédio da Defensoria Pública, no coração do centro do Rio.

“Eles se organizam direitinho, fazem fila, e ficam muito felizes quando nós chegamos. Gostam de conversar sobre futebol, carnaval, já conhecemos vários pelos nomes. São invisíveis para muitos ainda, infelizmente, mas se sentem fortalecidos com esses gestos”, conta o farmacêutico Cristiano Silva, coordenador do ‘Panela do Bem’. Sua esposa Mônica Reis e outros amigos estão na linha de frente do grupo.

“É um trabalho coletivo. A gente se organiza em mutirões e varia o cardápio. Outro dia levamos feijoada. Depois, estrogonofe. Quando dá, entregamos também cobertores, agasalhos, água, máscaras. Antes, doávamos sopa. Mas para evitar aglomerações em torno da panela – era servida na hora -, fizemos a opção de mudar o menu. Na última semana, conseguimos juntar sanduíche e achocolatado para o café da manhã do dia seguinte.”

Com a repercussão do trabalho do ‘Panela do Bem’, outras pessoas dispostas a ajudar procuraram o grupo. Uma senhora, da Tijuca, pediu o apoio financeiro deles, e conseguiu, para doar semanalmente 60 quentinhas.

“Enquanto a gente tiver saúde e o mínimo para dar, o trabalho vai prosseguir”, afirma Cristiano.

Quem quiser colaborar com o projeto do ‘Panela do Bem’, pode obter informações pelo Instagram (@paneladobemrj) ou pela página do grupo no Facebook, onde há dados de três contas bancárias para depósitos e a relação dos itens que eles mais necessitam: feijão, arroz parbolizado, potes de isopor com tampa, garrafas de água mineral (500ml), garfos e colheres descartáveis, guaraná natural, sabonete e papel higiênico.

FONTE: TERRA NOTÍCIAS

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