Piloto morto em Palmital comandou avião da TAM horas antes de acidente com 199 vítimas em Congonhas

Um piloto de avião morreu no início da tarde de terça-feira (14/05) após acidente automobilístico ocorrido na rodovia Raposo Tavares em Palmital. Marco Aurélio Incerti de Lima, de 62 anos, não resistiu aos fermentos causados pelo choque de sua caminhonete contra a traseira de um caminhão no quilômetro 424, nas proximidades do trevo de acesso a Platina.

O acidente ocorreu por volta das 12h40 na pista Leste (Assis-Palmital), quando a Nissan Frontier de Marco Aurélio, com placas de Valinhos (SP), bateu na traseira do caminhão de Várzea Grande (MT). O piloto viajava sozinho e não resistiu aos ferimentos. A pista da direita ficou interditada para o atendimento da ocorrência, gerando lentidão no trecho da rodovia.

A ocorrência foi atendida pela Polícia Rodoviária e por equipes de resgate. A Polícia Civil de Palmital foi acionada para a realização de perícia no local com objetivo de apurar as circunstâncias do acidente. O corpo de Marco Aurélio, que retornava da fazenda no Mato Grosso onde trabalhava para sua residência em Valinhos, foi levado ao IML de Assis para necropsia.

Posteriormente, o corpo de Marco Aurélio foi liberado para a família para os funerais, mas não há informações sobre o local do sepultamento. O motorista do caminhão, de 46 anos, não sofreu fermentos e compareceu à Delegacia da Polícia Civil para prestar declarações durante o registro da ocorrência.

TRAGÉDIA AÉREA – Marco Aurélio foi destaque na imprensa nacional em 2007 por ter sido o penúltimo comandante do Aibus A-320 da TAM envolvido em acidente que matou 199 pessoas. O piloto fez os voos entre os aeroportos de Congonhas (SP) e Confins (MG) e o retorno a São Paulo. Depois disso, a aeronave passou a ser comandada pelos pilotos Kleyber Lima e Henrique Di Sacco, mortos na tragédia aérea.

Foto: Milton Mansilha/Agência Lusa

Durante as investigações do acidente, Marco Aurélio prestou depoimento a órgãos públicos e confirmou ter executado um procedimento não-recomendado para pousar o Airbus-A320 em Congonhas no dia 17 de julho, horas antes da mesma aeronave no voo 3054 sair da pista na chegada ao aeroporto e se chocar contra um prédio da TAM e um posto de combustíveis na avenida Washington Luís, causando enorme incêndio.

Segundo o depoimento do piloto, em razão de a pista de Congonhas ser restrita e estar molhada e escorregadia, ele considerou mais seguro deixar o manete da turbina direita – que estava com o reversor inoperante – no “ponto morto” após pousar.  A norma da Airbus informada na época era para acionar os dois reversores após tocar o solo, inclusive o que estivesse inoperante. O piloto ressaltou que não teve problemas com a manobra.

No pouso que resultou na tragédia, a caixa-preta de dados do Airbus-A320 registrou que o manete da turbina direita não se movimentou nem sequer um grau para o “ponto morto”, permanecendo em alta aceleração. Isso levou o computador a desativar o acionamento automático dos freios aerodinâmicos das asas, impediu a frenagem, manteve a aceleração para fazer o avião ultrapassar a pista.

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