Planejar é preciso

“…desenvolvimento causado pelos loteamentos não é acompanhado de planejamento…”

Os muitos visitantes de feriados e final de ano se impressionam com o rápido crescimento urbano de Palmital, cujos novos loteamentos se expandem pelo bairro Paraná, em direção às nascentes dos riachos Água da Aldeia e Palmitalzinho, mesmo sem haver aumento significativo da população por se tratar da maioria de novos casais que formam suas famílias.

Junto com a expansão da cidade, chega também a valorização das áreas adjacentes que incentiva a especulação imobiliária, representada pelo aproveitamento máximo dos espaços para aumentar a lucratividade de proprietários e empresas loteadoras.

O crescimento urbano com abertura de novos bairros demanda mais serviços públicos de água, esgoto e iluminação, aquece o setor da construção civil e de materiais e abre perspectivas de investimentos comerciais e de prestação de serviços para atendimento próximo às novas localidades.

Entretanto, o desenvolvimento causado pelos loteamentos não é acompanhado de planejamento, pois não se percebe a exigência de manutenção da concepção urbana original da cidade, com a continuidade de ruas e quadras em perfeita simetria como as existentes no centro e no bairro Paraná.

Outras características dos novos loteamentos são ruas mais estreitas, meios-fios mais baixos e sarjetas menores, além de esquinas com raios de curva diferentes um dos outros e calhas de águas pluviais transversais, o que causa dificuldade do trânsito de automóveis e bicicletas.

E, como a lei obriga o loteador a instalar a infraestrutura básica, aquela que vai permanecer, é preciso que a legislação municipal seja rigorosa, clara, duradoura e, principalmente, que as obras sejam muito bem fiscalizadas por pessoas isentas e com capacidade técnica para identificar falhas e poder para fazer cumprir as normas.

Ainda que as cidades sejam obrigadas a criar seus planos diretores de desenvolvimento e atualiza-los com frequência, na maioria dos casos esse trabalho é feito por empresas terceirizadas que desconhecem as características locais e os grupos de estudos são formados por pessoas sem habilitação técnica ou entendimento da importância de produzir um trabalho de elevado nível.

O fato concreto é que sem planejamento, sem exigências e com os arranjos políticos e de amigos, até mesmo as leis mais brandas são burladas e, a troco do lucro imediato ou do quebra-galho de ocasião, o patrimônio público e também o particular são condenados à desvalorização.

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Cláudio Pissolito

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