A Polícia Civil de Palmital realizou nesta terça-feira (04/11) uma operação que resultou no cumprimento de mandados de busca domiciliar como parte das investigações que apuram a atuação de uma associação criminosa responsável por uma série de furtos qualificados em pisciculturas da região. Os crimes foram praticados pela quadrilha entre outubro e novembro do ano passado em criações de peixes localizadas no reservatório da Usina de Canoas II, no rio Paranapanema.
Em Palmital, conforme apurado pela Polícia Civil, foram furtadas aproximadamente seis toneladas de peixes. Em um dos casos, registrado em 22 de outubro na piscicultura da Água das Três Ilhas, dois tanques contendo cerca de duas toneladas de tilápias foram levados. Já em outra ocorrência, no dia 12 de novembro, na criação da Água do Barreirão, a quadrilha subtraiu três gaiolas com cerca de quatro toneladas de pescado. Também há registros de furtos em Cândido Mota e Itamaracá (PR).
Segundo o delegado Marcelo Souza, responsável pelas investigações, os furtos envolveram grandes quantidades de pescado e equipamentos utilizados na piscicultura, gerando prejuízo estimado em cerca de R$ 100 mil — sendo R$ 60 mil apenas em Palmital. “Ao todo, cinco ocorrências já foram identificadas como parte da ação do grupo. Durante a investigação, a equipe da Polícia Civil de Palmital identificou os autores como um grupo de pescadores da região de Araraquara”, informou.
Com a identificação dos suspeitos, todos atuando como pescadores profissionais, a Polícia Civil solicitou mandados de busca nas residências dos envolvidos, que foram autorizados pela Justiça da Comarca com parecer favorável do Ministério Público. As diligências foram realizadas nas cidades de Ibitinga, Arealva e Igaraçu do Tietê. Durante as ações, foram apreendidos dois celulares, R$ 9 mil em espécie, fotografias e outros materiais que reforçam as suspeitas. Três investigados foram interrogados e formalmente indiciados, sendo liberados em seguida. Outros dois permanecem foragidos.
De acordo com o delegado, o modus operandi da quadrilha consistia em acampar às margens do rio Paranapanema e, durante a noite, partir de barco até as áreas das pisciculturas. Dois dos integrantes, que são mergulhadores, entravam na água para soltar os tanques-rede com tilápias de grande porte e os rebocavam até o acampamento. Os peixes eram então retirados das gaiolas e armazenados em caixas com gelo para transporte até a região onde o grupo residia e realizava a comercialização do pescado.
Marcelo Souza destacou ainda que a quadrilha costumava migrar de região ao perceber que estava sendo monitorada. Inicialmente, os criminosos atuavam na região central do Estado, nas proximidades do rio Tietê. Após serem descobertos, passaram a agir em Três Lagoas (MS), onde também foram identificados. “Depois, vieram para a nossa região de Palmital e, segundo apurado durante a investigação, eles estavam recentemente praticando furtos em Minas Gerais”, relatou o delegado.
A operação representa um avanço significativo nas investigações, permitindo a desarticulação do grupo e evitando novas ações criminosas na região. A Polícia Civil irá apurar ainda, com base nos materiais apreendidos, quem eram os receptadores dos peixes furtados. Todos os membros da quadrilha possuem antecedentes por pesca ilegal e agora responderão pelos crimes de furto qualificado e associação criminosa. “A comprovação de que se trata de uma quadrilha foi possível graças ao trabalho da Delegacia de Palmital”, concluiu Marcelo Souza.













