Um barracão que funcionava como uma superestufa para plantação de cerca 4 mil pés de maconha foi desativado pela Polícia Civil de Campinas no bairro Jardim das Nações, em Salto (SP), na manhã de ontem.
O espaço onde a droga era cultivada tinha um sistema de refrigeração e iluminação próprias, distribuídos em três salas. Também foram localizados insumos para adubagem, agrotóxicos importados, vários vasos com sementes em diferentes estágios de crescimento e uma estrutura de equipamentos, utilizados para o embalo das drogas em grande escala.
Ao todo, três pessoas foram presas em flagrante no momento da operação policial
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária Interior 2 (Deinter-2), José Henrique Ventura, explica que a corporação já vinha investigando e colhendo provas sobre o caso havia mais de três meses, por meio do sistema de inteligência da companhia. Segundo ele, a tecnologia usada pelos criminosos impressionou as autoridades.
“É uma estrutura que ainda não tínhamos visto na região de Campinas. Trata-se de uma produção em escala industrial, dividida em três fases: plantio, cultivo e comercialização”, afirmou. “A droga era geneticamente modificada e saía pronta para venda. Com menos de R$ 300 mil ninguém monta um espaço como esse”, ressaltou.
O barracão onde ficava a superestufa era alugado e funcionava de maneira ilegal há pelos menos um ano. Para despistar, os criminosos usavam um filtro de carvão dentro das instalações para que o cheiro da erva não fosse sentido pelos vizinhos. “O barracão não tinha nenhuma mostra de que ali pudesse acontecer algo de ilegal”, frisou o diretor.
Segundo Ventura, a ação era todo mantida sob posse de uma quadrilha, na qual o chefe dessa organização “fez um curso no exterior e trouxe com ele um técnico de fora especializado para montar as instalações do barracão. Ele usava mão de obra (funcionários) para manter o cultivo da droga”, ressaltou.
Para Ventura a operação deflagrada dará margem para que a polícia campineira levante agora mais informações sobre o caso para chegar não só ao mentor do crime como também a outros integrantes da quadrilha. “Nós vamos fazer a destruição da droga apreendida e dar andamento as investigações para chegar até o patrão”.
O diretor do Deinter-2 ainda ressaltou que a plantação da droga visava o abastecimento do tráfico na região de Campinas. “À medida que vendiam, os criminosos renovavam a produção. Esse investimento todo tinha como objetivo a comercialização da droga na região e a intenção de gerar uma grande rentabilidade para eles”, pontuou.