O preço da carne no Brasil pode fechar o ano com a maior queda registrada desde o início do Plano Real. A redução deve ser de mais de 10% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A informação é da Folha de S.Paulo.
As carnes já registraram deflação de 11,06% no acumulado de 12 meses, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Projeções do Santander Brasil apontam que a redução deve alcançar 11,35% até dezembro. A LCA Consultores prevê uma deflação de 10,75% para o mesmo período.
A maior queda nos preços das carnes no acumulado de um ano aconteceu em 1995, quando houve redução de 10,25%. Essa baixa é menor do que a esperada para este ano, mas essa redução anual não compensaria totalmente a disparada do preço das carnes nos últimos anos.
Em 2019, as carnes fecharam o ano com alta acumulada de 32,4% no IPCA e a pressão prosseguiu nos anos iniciais da pandemia, elevando custos produtivos e levando a inflação do alimento em 17,97% em 2020 e 8,45% em 2021. No ano passado, o aumento do valor desacelerou para 1,84%.
Economistas avaliam que a queda do preço está relacionada a um cenário de ampliação da oferta no mercado interno. O abate de bovinos chegou a 8,36 milhões de cabeças no segundo trimestre, segundo o IBGE. A alta é de 12,6% em relação ao mesmo período de 2022 e de 13,4% em relação ao primeiro trimestre deste ano.
O preço das carnes tem apresentado queda mensal no IPCA desde janeiro de 2023, com nove meses consecutivos de deflação. Em setembro, a baixa foi de 2,1% e a expectativa é que haja uma nova redução em outubro.
O IPCA avalia o preço de 18 cortes de carne e, até setembro, 17 delas acumularam queda de preços em 12 meses. As baixas mais significativas foram do fígado (-15,83%), do filé-mignon (-15,52%) e da capa de filé (-14,9%).
Fonte: DCM