Quem foi o maior ladrão do mundo?

Descubra a audaciosa história de Qusay Hussein, o ‘maior ladrão do mundo’, e o mistério dos milhões ainda desaparecidos.

Quando pensamos no título de “maior ladrão do mundo”, imaginamos um gênio do crime planejando roubos complexos, usando equipamentos de alta tecnologia ou liderando uma equipe de criminosos habilidosos. No entanto, na realidade, o roubo mais significativo da história precisou apenas de um bilhete escrito à mão, algumas caixas de metal e três caminhões. O cenário? O Banco Central do Iraque. O cérebro por trás disso? Ninguém menos que Qusay Hussein, o segundo filho do infame presidente iraquiano, Saddam Hussein.

QUSAY HUSSEIN: O MAIOR LADRÃO DA HISTÓRIA

Nascido em 16 de maio de 1966, Qusay Hussein manteve uma vida menos divulgada do que seu notoriamente violento irmão mais velho, Uday Hussein. Enquanto os atos hediondos de Uday, incluindo sequestro e agressão a jovens mulheres e uma coleção de mais de 1200 veículos de luxo, ganhavam as manchetes, os atos de Qusay não eram menos sinistros. Como líder da Guarda Republicana Iraquiana, acredita-se que Qusay ordenou os assassinatos de dezenas de milhares de ativistas políticos e cidadãos xiitas iraquianos. Além disso, ele planejou a irrigação dos pântanos do sul do Iraque, deslocando mais de 100.000 xiitas.

O mundo observou no início de 2003, enquanto as tensões entre o regime de Hussein e a coalizão liderada pelos EUA escalavam. Em 17 de março, o presidente George W. Bush deu um ultimato: Saddam Hussein e seus filhos tinham 48 horas para deixar o Iraque ou enfrentar um conflito militar. Em vez de buscar asilo, Saddam apareceu na TV nacional iraquiana, instigando seus generais a se prepararem para a guerra. Em poucos dias, as forças da coalizão lançaram ataques aéreos e, em 9 de abril, ocuparam Bagdá.

O MAIOR ROUBO DA HISTÓRIA

No entanto, em meio a esse caos, ocorreu um evento de audácia sem precedentes. Na manhã de 18 de março, apenas horas após o ultimato de Bush, testemunhas relataram ter visto três ou quatro grandes caminhões estacionando em frente ao Banco Central do Iraque. Qusay Hussein, acompanhado pelo assistente pessoal de Saddam, Abid al-Hamid Mahmood, entrou no banco. Lá dentro, Qusay entregou ao gerente do banco uma nota marcada como “Ultra Secreto”. Escrita e assinada pelo próprio Saddam, a nota instruía o gerente a entregar a Qusay US$ 920 milhões e € 90 milhões em Euros para “proteger esse dinheiro da agressão americana.”

Durante as cinco horas seguintes, os funcionários do banco, sob o olhar atento dos guardas armados de Qusay, carregaram caixas de metal cheias de notas de US$ 100 nos caminhões. Quando partiram, Qusay e seu cúmplice levaram consigo um impressionante total de US$ 1,04 bilhão.

No entanto, a fortuna roubada não garantiu segurança para os Husseins. Em 22 de julho de 2003, Qusay e Uday encontraram seu fim em um tiroteio contra as forças dos EUA em Mosul. A captura de Saddam ocorreu em dezembro, levando a seu julgamento, condenação e eventual execução em 2006.

Chama irrompe de um prédio atingido por um míssil TOW lançado por soldados da 101ª Divisão Aerotransportada do Exército (Assalto Aéreo) em 21 de julho de 2003, em Mosul, Iraque. Os filhos de Saddam Hussein, Qusay e Uday, foram mortos num tiroteio enquanto resistiam aos esforços das forças da coligação para os prender e deter.
Chama irrompe de um prédio atingido por um míssil TOW lançado por soldados da 101ª Divisão Aerotransportada do Exército em 21 de julho de 2003, em Mosul, Iraque. Os filhos de Saddam Hussein, Qusay e Uday, foram mortos num tiroteio enquanto resistiam aos esforços das forças da coligação para os prender e deter.

A Pergunta Que Muitos Faziam Era: Para Onde Foi O Bilhão Roubado?

A resposta começou a se desvendar em 20 de abril de 2003. Tropas da Terceira Divisão de Infantaria do Exército dos EUA, ao invadirem um dos palácios de Saddam, descobriram uma parede falsa. Atrás dela, encontraram dezenas das mesmas caixas de metal usadas no roubo. Verificações aleatórias revelaram que cada caixa continha US$ 4 milhões em notas de US$ 100. O total final do palácio? Incríveis US$ 661.893.800.

O Major Rod King, oficial financeiro sênior do Exército encarregado dos fundos, comentou sobre a natureza sem precedentes da descoberta. Mas a matemática não batia. Dos US$ 1,04 bilhão roubados, apenas US$ 661 milhões foram recuperados. O que aconteceu com os US$ 379 milhões restantes? Mesmo 18 anos após o roubo, essa pergunta permanece sem resposta. Para aumentar o mistério, em janeiro de 2012, o Pentágono admitiu ter perdido US$ 100 milhões do montante recuperado devido a um “erro de gestão de registros.”

A história do maior ladrão do mundo serve como um lembrete da audácia do poder e das extensões que os indivíduos percorrerão para acumular riqueza. Embora Saddam Hussein pudesse ter vivido uma vida luxuosa no exílio se tivesse aceitado asilo, sua decisão de ficar levou a uma série de eventos que culminaram no maior roubo a banco da história.

E enquanto o mundo continua em busca dos milhões desaparecidos, não podemos deixar de nos perguntar se, em algum lugar dos EUA, alguns soldados aposentados estão desfrutando de suas fortunas em segredo, colhendo os frutos de serem parte deste capítulo sem precedentes nos anais do crime.

Fonte: Lucas R. / Mistérios do Mundo

Fontes: Military, CelebrityNetWorth

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