A chegada do período de chuvas, que se intensificam entre dezembro e janeiro, causa apreensão naqueles que moram nas regiões mais baixas da cidade, nas proximidades do campo do PAC e do Horto Florestal, onde chega o maior volume de águas pluviais responsáveis por pequenas enchentes que já ameaçam algumas residências.
Assim, a benção das águas, que regeneram o solo e nutrem as plantações, se transforma em preocupação para parte da população que sofre com o excesso de enxurradas em diversos bairros, como a Vila Garcia, o Jardim Montreal e em outras áreas de topografia mais baixa.
A solução das galerias pluviais, criada na antiga Babilônia, e depois no Império Romano, que desenvolveu um sistema de abastecimento de água em 312 a.C., o aqueduto Aqua Apia, com cerca de 17 km de extensão, se mostra cada vez mais inadequado e, principalmente, ineficiente.
O sistema, que apenas retira as águas de uma região e as transferem para outra, principalmente para rios e lagos, muitas vezes levando também poluição e até esgoto, já não deve ser considerado como melhor medida a ser adotada, pois as erosões e o assoreamento de rios é causado pelo excesso de águas correntes.
“…piso e vegetação adequados à infiltração das águas, purificadas pela natureza, para abastecer os lençóis freáticos…”
A inovação, que de fato deve ser considerada como um modelo de tecnologia avançada, são os chamados “parques esponjas”, que possuem piso e vegetação adequados à infiltração das águas, purificadas pela natureza, para abastecer os lençóis freáticos, ou armazenadas em depósitos para tratamento e reuso.
A China, por exemplo, já adota o conceito “cidade esponja”, utilizando uma concepção arquitetônica que propicia reter as águas pluviais em benefício da própria população e, principalmente, do meio ambiente, como já acontece em cidades brasileiras, como Curitiba, desde os anos de 1970.
Em Palmital, são inúmeras as áreas que podem se transformar em esponjas, para reter e infiltrar as águas das chuvas, como o enorme pátio da ferrovia, hoje abrigando belas praças, e que pode servir como modelo de abastecimento do estoque de águas subterrâneas.
As praças das duas igrejas principais, os canteiros de avenidas, as praças laterais de diversas ruas e, principalmente, a área do campo do PAC, são ideais para evitar o uso de galerias que transportam o problema de uma região para outra, lembrando que as grandes enchentes havidas no Rio Grande do Sul tem como uma das causas as águas das cidades despejadas nos rios.
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