Claudio Pissolito
Uma das principais fontes de informação dos setores de RH das empresas para avaliação e decisão na contratação de funcionários é o rastreamento das redes sociais.
Além de informações pessoais, familiares e de amizades, as páginas pessoais revelam hábitos, costumes, ideias, ideologias e, principalmente, a forma de comportamento social do titular da conta.
É uma espécie de identidade digital ampla e pública, à disposição dos que desejam compartilhar interesses comuns ou de buscar novos contatos, mas que também serve para desnudar o indivíduo, ainda que de forma subjetiva.
Mesmo com o excessivo cuidado nas postagens, que sempre mostram os melhores ângulos das imagens e de, comumente, só se publicar ideias e valores edificantes, os detalhes mais sutis denunciam as formas de comportamento pessoal e coletivo, pois de cada comentário ou observação é possível obter uma conclusão.
Afinal, aquelas falas mais contraditórias ou ambíguas, antes proferidas apenas em ambientes fechados e junto a amigos e familiares, quando estampadas nas redes sociais ganham proporções e alcance inimagináveis.
A forma de viver, de se vestir e de pensar, assim como as opiniões e os valores, acabam se tornando públicos.
A manifestação pública da ideologia, da opinião e da crítica, antes restrita aos profissionais da comunicação, habilitados e com responsabilidades controladas, hoje está disponível a todo individuo com acesso à internet, cuja rede já atende mais brasileiros que os sistemas de distribuição de água e de coleta de esgoto.
E, como a ocasião faz o ladrão, não raramente são manifestados os sentimentos de ódio, repulsa, preconceito e, principalmente, de desprezo e contrariedade para com a opinião e o pensamento alheios.
A absurda polarização de ideais, que sempre permeou a média do pensamento individual e coletivo, agora está exposta em escala mundial e com facilidade para externar o contraditório.
E, aqueles que sempre contradizem e que a tudo retrucam e criticam, justamente os que menos colaboram com as soluções, são sempre os mais polêmicos e contundentes em suas opiniões e manifestações nas áreas da política, da sociedade, da religião e das mais variadas atividades humanas.
Em resumo, as redes sociais da internet servem para tornar os críticos ainda mais incômodos, os enfadonhos mais expostos e os imbecis e agressivos muito mais conhecidos por suas ideais e falas esdrúxulas.
O autor é jornalista e mantém o Blog do Cláudio ancorado no site jornaldacomarca.com.br