República Brasileira do Crime

“…organizações criminosas se sucedem, se organizam e dominam serviços públicos…”

Antes da chegada dos portugueses, nosso nome indígena era Pindorama, que mudou várias vezes: Monte Pascoal e Ilha de Vera Cruz, em 1500; Terra Nova, em 1501; Terra dos Papagaios, em 1501; Terra de Vera Cruz, em 1503; Terra de Santa Cruz, em 1503; Terra Santa Cruz do Brasil, em 1505; Terra do Brasil, em 1505; e finalmente Brasil, desde 1527.

Em 1530, passou a Colônia do Brasil do Reino de Portugal, substituído por Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve com a chegada da Corte portuguesa, seguido de Império do Brasil após a Independência, em 1822, Estados Unidos do Brasil, a partir da proclamação da república, em 1889, e República Federativa do Brasil, desde de 1967.

Mantido em todos os períodos, o que perdura é o sistema de exploração das riquezas em detrimento ao próprio povo, desde o contrabando de madeira, o pau-brasil, depois os minérios e os impostos elevados, de 1/5 da receita, apelidado “quintos dos infernos”, até o roubo da previdência que se camufla em todos os governos que sempre nomeiam corruptos para administrar os maiores orçamentos.

Não obstante aos eternos desmandos e desvios, outro fenômeno muito mais preocupante permeia nossa história desde os tempos da colônia: o crime organizado infiltrado nos governos.

Com o objetivo de influenciar ou até tomar o poder, as organizações criminosas se sucedem, se organizam e dominam serviços públicos de transporte e obras, os legislativos, executivos e os judiciários.

Seja financiando candidatos para ocupar o poder ou corrompendo funcionários e autoridades, os tentáculos do crime estão cada vez mais presentes em todos os setores da administração pública, incluindo as forças policiais e as forças armadas, como os exemplos recorrentes comprovam cotidianamente.

Organizações criminosas nascidas dentro de presídios mal administrados se espalharam pelos grandes centros urbanos, dominaram setores da economia formal e informal, seguiram para as regiões rurais mais remotas, entraram no sistema financeiro e estão presentes em autarquias e nos governos municipais, estaduais e federal.

Financiando políticos, corrompendo autoridades, traficando, ameaçando, fazendo associação e se infiltrando em todos os setores da política, do judiciário e da economia formal e informal, as organizações criminosas transformam o país em campo fértil para o desenvolvimento e a consolidação da República Brasileira do Crime.

CONFIRA TODO O CONTEÚDO DA VERSÃO IMPRESSA DO JORNAL DA COMARCA – Assine o JC – JORNAL DA COMARCA –     Promoção: R$ 100,00 por seis meses

Compartilhe
Facebook
WhatsApp
X
Email

destaques da edição impressa

colunistas

Cláudio Pissolito

Don`t copy text!

Entrar

Cadastrar

Redefinir senha

Digite o seu nome de usuário ou endereço de e-mail, você receberá um link para criar uma nova senha por e-mail.