Nos últimos dias, o nome de José Henrique Aguiar Soares, um garoto de programa de 22 anos, ganhou notoriedade em todo o país devido ao terrível assassinato de um professor universitário e arquiteto de 65 anos em Goiânia, Goiás.
Esse crime chocante ocorreu dentro da residência da vítima e está sob investigação policial, com suspeitas de estrangulamento e possível dopagem. Além disso, o criminoso tentou acessar a conta bancária da vítima usando reconhecimento facial, mesmo após o idoso ter falecido.
Entretanto, antes desse ato hediondo, José Henrique já havia deixado um rastro de fraudes e furtos por onde passava. Usando sua simpatia e poder de sedução, ele enganou amigos, namorados, familiares e até mesmo uma patroa que o considerava como um filho.
Entre 2020 e 2021, Henrique trabalhou como garçom em um café localizado em uma área nobre de Goiânia, conquistando a confiança dos empregadores a ponto de ter acesso à conta bancária da empresa através de um aplicativo móvel, pelo qual desviou aproximadamente R$ 3 mil.
Uma ex-colega de trabalho desse período o descreveu ao Metrópoles como uma pessoa muito simpática e atenciosa, sempre recebendo gorjetas generosas e elogios de clientes. Ela preferiu permanecer anônima ao compartilhar essas informações.
Com relação aos empregadores, Henrique conquistou sua simpatia ao contar uma história de vida difícil, uma infância infeliz e um passado conturbado, alegando ter sofrido abusos.
Nessa fase, Henrique não estava envolvido na prostituição, mas admitia para seus amigos que se envolvia com homens mais velhos em troca de dinheiro, embora considerasse isso apenas uma “diversão”. Ao mesmo tempo, ele mantinha um relacionamento tumultuado com um jovem, marcado por brigas e agressões físicas mútuas.
Em janeiro do ano passado, Henrique foi denunciado à polícia por um rapaz de 23 anos com quem mantinha um relacionamento amoroso. O rapaz relatou à polícia que, ao retornar para casa, notou o desaparecimento de uma TV, um notebook, uma mala, uma caixa de som e uma máquina de barbear, suspeitando que Henrique os tivesse furtado. A polícia encontrou os itens furtados escondidos no banheiro da casa de Henrique.
Antes disso, em maio de 2020, uma tia de Henrique denunciou que o sobrinho e seu então namorado haviam entrado em sua casa e furtado uma TV, que teria sido vendida na cidade vizinha de Trindade (GO).
Após a divulgação pela imprensa da prisão de Henrique por assassinato, outras possíveis vítimas estão procurando a Polícia Civil de Goiás para denunciá-lo por crimes anteriores.
Henrique alegou à polícia, após sua prisão pelo assassinato do professor universitário, que estava se prostituindo nos últimos três meses. Desde julho de 2020, ele mantinha uma página na internet onde publicava conteúdo erótico e pornográfico, também vendendo esse tipo de conteúdo.
Ao mesmo tempo, ele anunciava seus serviços como garoto de programa no site Skokka, onde se apresentava como “tratando como namoradinho”. Este anúncio foi retirado do ar após o latrocínio.
Foi através desse site que ele teria conhecido o professor universitário de 65 anos, com quem, segundo Henrique, estabeleceu um relacionamento amoroso após alguns encontros sexuais. O garoto de programa afirmou que o docente lhe dava presentes, mas essa versão não foi confirmada por amigos e familiares da vítima.
De acordo com Henrique, os dois frequentavam bares, restaurantes e até mesmo um ensaio de coral juntos, já que o professor era membro de uma igreja onde cantava.
No entanto, na noite do crime, Henrique foi ao apartamento do professor e descobriu que ele estava em um coral religioso em uma igreja próxima. Ele ligou para o professor, que saiu temporariamente do templo para emprestar seu cartão de crédito ao criminoso, que usou para fazer uma compra. Posteriormente, eles se encontraram no apartamento da vítima.
Os detalhes precisos do assassinato ainda não estão claros, com Henrique fornecendo versões conflitantes. No entanto, o que é certo é que ele cometeu o crime. Após o assassinato, ele tentou acessar as contas bancárias da vítima, usou seu cartão e tentou forjar um suicídio.
Henrique arrastou o corpo do professor para o banheiro, onde o deixou sobre um tapete escuro. Ele amarrou uma corda ao redor do pescoço da vítima e a fixou na grade do banheiro, também colocando um terço em sua mão.
Segundo as investigações, após o assassinato, Henrique foi até o Camelódromo de Campinas e fez várias compras, incluindo tênis, um relógio, capas de celular e um iPhone 13.
No mesmo dia, o Banco Santander notificou a polícia após detectar várias tentativas de transferência via Pix e TED na madrugada, inclusive uma tentativa de reconhecimento facial que sugeriu a possível morte do correntista.
Henrique foi preso em flagrante, e as imagens de reconhecimento facial revelaram parte de uma tatuagem em seu antebraço. Ele ergueu a cabeça da vítima para tirar as fotos enviadas ao banco.
Atualmente, Henrique está detido preventivamente no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, enfrentando acusações de latrocínio e fraude processual, devido à tentativa de forjar um suicídio. A reportagem está em busca da defesa do acusado, enquanto Henrique afirma estar arrependido desde sua prisão.
Fonte: DCM