Fenômeno foi responsável pelos temporais no Sul do país e por chuvas no Rio de Janeiro e São Paulo nesta quinta (9)
Imagens de satélite registraram nesta quinta-feira (9) a formação de um ciclone extratropical atuando sobre a Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul.
De acordo com um especialista ouvido G1, o fenômeno não é novidade e não oferece risco à população. Entretanto, ele influencia no tempo pelo Brasil.
Segundo César Soares, meteorologista da Climatempo, o fenômeno é responsável pelo temporal observado no Sul no país e pela ocorrência de chuva nos estado de São Paulo e Rio de Janeiro nesta quinta-feira.
Abaixo, nesta reportagem, veja respostas para as seguintes perguntas:
- O que é um ciclone extratropical?
- Ciclones extratropicais são comuns?
- Qual a diferença entre ciclone e furação?
- Esse ciclone oferece riscos aos habitantes da Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul?
- Qual será a influencia do ciclone nos próximos dias?
1. O que é um ciclone extratropical?
Um ciclone extratropical é um fenômeno meteorológico de baixa pressão atmosférica que dá origem às frentes frias. Esse fenômeno é caracterizado pela presença de fortes ventos e chuvas de intensidade moderada a torrenciais.
“Eles [os ciclones extratropicais] são formados pelo choque de massas de ar diferentes. Nesse caso específico, o ciclone foi formado pelo choque de duas massas de ar, sendo uma mais fria e seca vinda do sul e com outra mais úmida e quente vinda das áreas do subtrópico, como no sudeste do Brasil”, explica César Soares, meteorologista da Climatempo.
Esses ciclones são chamados de extratropicais porque se formam quase que totalmente fora da região entre os trópicos de câncer e capricórnio.
2. Ciclones extratropicais são comuns?
Sim. Segundo Soares, esse fenômeno é muito comum em qualquer época do ano e sempre vem acompanhado de uma frente fria.
3.Qual a diferença entre ciclone e furacão?
Enquanto o ciclone extratropical é formado pelo choque das massas de ar, o furacão (também chamado de ciclone tropical) se origina e se alimenta do calor das águas do oceano, o que faz com que ele seja muito mais intenso do que os ciclones extratropicais.
Além disso, os furacões não estão associados à chegada de frentes frias, ou seja, não acontece queda na temperatura local.
“O nome ciclone assusta bastante, pois pode ser confundido com um furacão, por isso costumamos usar o nome com cautela”, diz Soares.
4. Esse ciclone oferece riscos aos habitantes da Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul?
Não. Embora os ciclones extratropicais estejam associados a ventos fortes e chuvas, não há motivo para preocupação.
“Durante o processo de formação do ciclone extratropical, tivemos tempestades e ventania de mais de 100 km/h observados na região Sul no Brasil. Agora, contudo, ele [o ciclone] está se distanciando do continente e indo em direção ao oceano, o que reduz os riscos de temporais”, explica Soares.
5. Qual será a influencia do ciclone nos próximos dias?
Com a ida do ciclone em direção ao oceano as chances de ressaca no mar aumentam. Além disso, é esperado chuva durante a quinta (9) e a sexta-feira (10) nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
“Não se trata de uma chuva torrencial, apenas algumas pancadas de chuva durante momentos específicos do dia”, esclarece Soares.
Fonte: G1