Saúde para todos, não para poucos

A notícia da apresentação na Câmara Municipal de Palmital, pela segunda vez, de um Projeto de Lei para criação de plano de saúde adicional aos funcionários, extensivo aos vereadores, é reveladora da cultura política arcaica de oferecer privilégios a poucos em detrimento da grande maioria.

Sem levar em consideração o absurdo do valor estipulado, de R$ 2 mil mensal para cada beneficiário, que certamente poderá incluir dependentes, indicando completo desrespeito para com a população, a medida é absolutamente injusta ao alocar recursos públicos para criar vantagens a agentes políticos.

Sem apresentar qualquer sentido de equidade social, que é a alma da democracia participativa, e muito menos senso de respeito para com o erário, sempre restrito no atendimento às classes menos privilegiadas, a medida, se aprovada, pode ser considerada como um escárnio para com a população que depende do serviço público para a manutenção da saúde.

Diante da insistência em obter o privilégio demonstrada por vereadores que fazem discurso populista e vendem simpatia nas manifestações públicas, percebe-se que os interesses não são individuais, mas provavelmente de um grupo que considera o serviço público como provedor de benesses.

“…projeto de lei obrigando políticos e servidores a utilizar apenas os serviços públicos…”

Além de não aprovar essa medida desrespeitosa para com todos os palmitalenses, algum vereador com real consciência do cargo, que deve ser exercido em defesa do povo, deveria apresentar projeto de lei obrigando políticos e servidores a utilizar apenas os serviços públicos que eles mesmos administram.

No caso da saúde, por exemplo, todos os servidores públicos municipais e ocupantes de cargos eletivos e comissionados deveriam recorrer aos postos de saúde e à Santa Casa para atendimento de suas necessidades e de seus familiares.

Outro setor essencial dos serviços municipais que deveria ser utilizado pelos servidores e detentores de cargos é a educação, pois aqueles que fazem a gestão das escolas públicas não matriculam seus filhos, preferindo as escolas particulares que, como provam as escolhas, oferecem mais qualidade de ensino.

Afinal, a obrigação de servidores e agentes políticos de usar o serviço público pode ser o incentivo que falta para que haja mais qualidade em todos os setores da administração pública e evitar que a criação de privilégios formem duas categorias de cidadãos: os de primeira e os de segunda classe.

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Cláudio Pissolito

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