Sem chuvas há mais de 20 dias, Bauru vive crise hídrica e inicia rodízio no abastecimento de água

Rodízio começou a partir da 0h desta quinta-feira, em sistema 48 horas (24 horas com abastecimento e 48 horas sem). Segundo o Ipmet, abril é considerado climatologicamente um mês seco e frio, no entanto, em 2024 ele foi atípico.

Bauru, a maior cidade do centro-oeste paulista, completou 21 dias sem chuvas nesta quinta-feira (9), segundo o Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp (Ipmet).

Em meio ao cenário de seca, o Departamento de Água e Esgoto (DAE) anunciou na terça-feira (7) que vai ser necessário realizar um rodízio no abastecimento dos bairros atendidos pelo sistema da captação do Rio Batalha, com início do contingenciamento nesta quinta.

A medida é necessária, segundo o DAE, devido ao nível da lagoa de captação do Rio Batalha, que atingiu 1,74 metro nesta terça-feira – o ideal é de 3,20 metros.

O rodízio começou a partir da 0h desta quinta-feira, em sistema 48 horas (24 horas com abastecimento e 48 horas sem). Durante o contingenciamento, o DAE realizará o fornecimento de forma controlada, concentrando a distribuição da água às regiões programadas, para atender aos bairros que serão divididos em três grupos.

A captação do Rio Batalha atende cerca de 30% da população de Bauru e, em 2020, os moradores dos bairros abastecidos por esse sistema viveram meses de rodízio que chegou a ser de até três dias sem fornecimento de água.

A última vez que a cidade adotou o contingenciamento no abastecimento foi em novembro de 2022, mas ele teve fim no início do mês seguinte.

‘Abril atípico’

Segundo o Ipmet, abril é considerado climatologicamente um mês seco e frio, no entanto, em 2024 ele foi atípico em Bauru. Em pleno outono, o mês registrou chuvas e temperaturas acima das médias esperadas para a época.

Bauru não registra chuva significativa há 21 dias — Foto: Reprodução/TV TEM
Bauru não registra chuva significativa há 21 dias — Foto: Reprodução/TV TEM

O acumulado mensal da chuva na cidade durante o mês foi de 109,2 milímetros de água, resultando em um resultado 14% superior à média climatológica (96 mm) do mês, de acordo com os dados coletados na estação meteorológica do Ipmet.

Porém, as chuvas em Bauru ocorreram somente em nove dias durante o mês. A maior chuva foi registrada no dia 8 de abril, com o volume de precipitação sendo de 45,5 milímetros. Já a última chuva foi no dia 17 de abril, com 40,6 milímetros de água.

Segundo o Ipmet, as chuvas foram decorrentes de passagens de frentes fria e pela formação de áreas de instabilidade associadas a sistemas de baixas pressões.

Apesar do grande volume de água, as temperaturas foram elevadas e acima da média durante o mês. Com 25,4ºC de média, esse foi o mês de abril mais quente desde 2001 em Bauru, início da série histórica do Ipmet.

O recorde da temperatura máxima do mês foi 34°C ocorrendo no dia 05 de abril, e da temperatura mínima 13,7°C no dia 19 de abril, com a entrada da primeira massa de ar mais frio, registrando a menor temperatura do ano até o momento.

De acordo com o Ipmet, as altas temperaturas ocorreram ainda em consequência da presença do fenômeno El Niño que, embora esteja em processo de enfraquecimento, ainda favoreceu a ocorrência de onda de calor no final do mês.

Previsão do tempo

Segundo dados do Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp, não há previsões de chuva para a cidade até a próxima terça-feira (14).

A temperatura, por sua vez, deve atingir máxima de 33ºC nos próximos quatro dias. Somente na terça-feira, o calor deve ser menos intenso, com máxima prevista de 28ºC.

Fonte: G1

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