Sem retorno – Por José Renato Nalini

            A educação à distância fruía de uma resistência compreensível. Ocorre que o mundo mudou. A peste que acometeu o planeta em 2020 e que não parece estar próxima a terminar, mostrou que o uso das modernas tecnologias da comunicação e informação vieram para ficar.

            É óbvio que o amadorismo, o despreparo, a surpresa e outros óbices complicaram a oferta de conteúdo apto a substituir as aulas presenciais. Mas há boas experiências. O brasileiro mostrou-se, uma vez mais, capaz de enfrentar vicissitudes.

            O aprendizado deve continuar. Já mencionei muitas vezes que as gerações chamadas millenials, são nativas digitais. Têm facilidade imensa em manusear as bugigangas eletrônicas e extrair delas funcionalidades inimagináveis para os jurássicos da minha geração.

            Cumpre entregar a esses jovens talentos a missão de construir conteúdos sedutores. Para recuperar o amor pelas aulas. Há um universo de infinitas possibilidades que tornarão agradável o encontro com a telinha, seja ela dos smartphones, dos tablets, dos notebooks, dos celulares e desse mundo novo que já nos governa. Afinal, o Brasil dispõe de mais de 270 milhões de mobiles, em uso por seus cerca de 212 milhões de habitantes.

            E os professores? Eles devem também merecer atenção especial. Compenetrar-se de que serão os orientadores dos educandos, na selvagem difusão de dados e informações que precisam ser filtrados. Solucionar dúvidas. Acompanhar o ritmo desigual de aprendizagem, próprio aos humanos. Absorver também as aulas à distância, que depois serão objeto de discussão em pequenos grupos. O rendimento será muito maior. E a satisfação de todos os envolvidos será a consequência capaz de mudar a face deste Brasil que, em educação, não oferece os melhores exemplos.

            Uma coisa é certa: a utilização da informática, da telemática, da eletrônica, a influência dos algoritmos, da Inteligência Artificial, de tudo o que ainda resultar do uso híbrido de qualquer dessas realidades disponíveis, veio para ficar. Quem não se acostumar será descartado. Mas quem mergulhar nesse mundo instigante e surpreendente, não se arrependerá.

            Vamos enfrentar mais esse desafio?

*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022. 

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