O líder do Partido Democrata no Senado americano, Chuck Schumer, encaminhou uma carta pública ao diretor do FBI , Christopher Wray, e ao presidente da Comissão Federal do Comércio (FTC), Joseph Simons, pedindo abertura de investigação sobre o aplicativo FaceApp, que se tornou uma febre em todo o mundo na última semana.
No documento, Schumer destaca a preocupação com o fato de a companhia ser sediada em São Petersburgo, na Rússia. Segundo o senador, para que o aplicativo funcione os usuários precisam fornecer acesso “total e irrevogável a dados pessoais e fotografias”. Além disso, completa o político, a política de privacidade do aplicativo “garante ao FaceApp licença para usar ou publicar conteúdo compartilhado com a aplicação, incluindo seu nome de usuário e até mesmo o nome real, sem notificar os usuários ou fornecer compensação”.
“(O aplicativo) impõe riscos para a segurança nacional e a privacidade de milhões de cidadãos americanos”, afirma Schumer. “Em particular, a localização do FaceApp na Rússia levanta questões sobre como e quando a companhia fornece acesso a dados de cidadãos americanos a terceiros, incluindo potencialmente governos extrangeiros”.
A carta segue a mesma linha do posicionamento do presidente do Comitê do Partido Democrata, Bob Lord, que na terça-feira pediu que os militantes envolvidos na campanha do partido para 2020 não usem o aplicativo. Na eleição presidencial de 2016, o partido foi alvo de hackers russos, que vazaram e-mails roubados para o site Wikileaks.
“Dada a crescente popularidade do FaceApp e dessas precupações com a privacidade e a segurança nacional, eu peço que o FBI investigue se dados pessoais de milhões de americanos podem estar a caminho das mãos do governo russo ou de entidades com ligações com o governo russo”, pede o Achumer. “Além disso, peço à FTC considerar se existem medidas de proteção adequadas para prevenir que a privacidade de americanos usando esta aplicação, incluindo funcionários do governo e militares, seja comprometida”.
O FaceApp foi lançado em 2017 pela firma russa Wireless Lab como um aplicativo de edição automática de imagens, mas virou febre no mundo na semana passada, após adicionar um filtro de envelhece a imagem das pessoas nas fotografias. Ao site Mashable, o diretor executivo da companhia, Yaroslav Goncharov, afirmou que “não vende ou compartilha qualquer dado com terceiros” e que, apesar de a equipe de pesquisa e desenvolvimento estar baseada na Rússia, os dados não são transferidos para o país.
Fonte: Extra