Suspeito de matar esposa e filho de 2 anos já foi preso por disparo de arma de fogo e agressões, diz advogado

Corpos foram encontrados com marcas de tiros dentro de casa em Dois Córregos (SP); local não tinha sinais de invasão. Suspeita da polícia é que Luan Victório Calchi matou a família e cometeu suicídio; ele estava em regime aberto.

O homem de 30 anos suspeito de matar a esposa e o filho de 2 anos em Dois Córregos (SP), e cometer suicídio em seguida, já tinha sido preso por disparo de arma de fogo e outros crimes, de acordo com o advogado de defesa dele.

Os corpos de Luan Victório Calchi, Vanessa Thiago Custódio e do bebê Pietro foram encontrados na noite de sexta-feira (4) na sala da casa onde moravam, com marcas de tiros. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, o local não tinha sinais de invasão e a principal suspeita é de duplo homicídio seguido de suicídio.

Leandro Coneglian Morelli era advogado de defesa de Luan e contou ao G1 que seu cliente já havia sido preso por disparo de arma de fogo, porte de arma e algumas agressões. No entanto, apesar do histórico de Luan, Leandro, que era amigo da Vanessa, não acredita que ele seria capaz de cometer um crime contra a família.

“Ele era meio valentão, isso é verdade, mas pelo que eu conhecia dele, não via a possibilidade de ele cometer esse tipo de atrocidade. Mas é aquela coisa, a gente não sabe o que se passa na cabeça da pessoa. Quem vê o exterior não sabe do interior”, comenta o advogado.

Segundo Leandro, Luan tinha uma empresa de segurança, mas ele não tinha autorização para ter arma de fogo. Por isso, há alguns anos ele chegou a responder um processo por ter arma irregular em casa e, na ocasião, o objeto foi apreendido e destruído, informou o advogado.

Ainda de acordo com o advogado, Luan foi preso pela primeira vez em 2011 por causa de uma agressão e ficou detido por alguns meses. Já em setembro de 2016, ele foi preso preventivamente por disparo de arma de fogo e saiu da penitenciária de Taquarituba em julho de 2017.

“Ele estava trabalhando na campanha de um candidato a prefeito de Dois Córregos e um grupo tinha rixa com quem fazia propaganda para o candidato, aí cercaram ele de moto e ele achou que pudesse ser agredido. Ele deu dois disparos de arma de fogo para cima e uma das pessoas alegou que ele tentou atirar nela”, lembra o advogado.

Além do processo por disparo de arma de fogo, o advogado informou que Luan também ficou preso neste período para cumprir pena por agressões que cometeu. Atualmente, ele estava em regime aberto, cumprindo pena provisória até o julgamento do recurso feito pela defesa.

G1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça de São Paulo, que não deu retorno até a última atualização desta reportagem.

Leandro também disse que nenhum dos crimes cometidos por Luan foram contra a família e que existem situações confusas na cena do crime deste fim de semana.

“O que foi falado, tendo em vista a olho nu, dá a entender uma coisa, mas algumas coisas ficam fora do contexto, acabam ficando confusas. Um rapaz comentou que a arma estava na mão esquerda e ele era destro. Tem que esperar a perícia para ver o que aconteceu”, comenta o advogado.

Investigação

O delegado Márcio Moretto, responsável pelas investigações, informou que foi feita perícia no local do crime e na arma e que os corpos passaram por exame necroscópico.

Os laudos, que devem ficar prontos em até 30 dias, vão ajudar a polícia a esclarecer o que aconteceu, assim como as imagens das câmeras de segurança ao redor da casa.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a arma apreendida estava na mão de Luan e que foram encontrados celulares, munições e porções de drogas na casa.

A Polícia Civil também investiga a motivação do crime e vai colher o depoimento de familiares. O delegado destacou que o caso segue em sigilo e que ele não pode informar mais detalhes sobre o caso por envolver questão familiar.

O casal e o menino de 2 anos foram enterrados neste sábado (5) em locais separados. O corpo de Luan foi velado no velório municipal de Dois Córregos e enterrado no Cemitério Municipal da cidade. Já Vanessa e o bebê Pietro foram velados e enterrados no município de Jaú.

Nas redes sociais, conhecidos da família e internautas comentaram o caso. Alguns moradores lamentaram a morte das vítimas e falaram sobre o perfil violento de Luan. Outros comentaram sobre a necessidade de esperar a conclusão das investigações para fazer julgamentos sobre a família.

FONTE: G1

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