Oposto do Sesi-Bauru, Kauã Baumgarten abriu vaquinha online para tentar ajudar familiares e outros afetados. Mãe e irmã dele precisaram abandonar a casa, em Canoas (RS)
O jogador de vôlei Kauã Baumgarten, de 20 anos, acompanha apreensivo a tragédia e os momentos vividos pela sua família no Rio Grande do Sul.
A mais de mil quilômetros de distância de Canoas, cidade onde nasceu, o oposto da base do Sesi-Bauru contou ao ge como estão sendo os dias de tensão vividos por ele e pelos familiares, em meio aos temporais que atingem o estado.
Ao acompanhar as notícias à distância, longe da família e dos conterrâneos, o atleta revelou que entrou em “choque”.
– Eu estou em Bauru com o coração na mão. Nós vemos a notícia e pensamos que nunca vai acontecer com a gente. A minha casa, eu nasci lá, nunca entrou uma água, quando minha mãe falou que estava preparando a evacuação da casa, fiquei em choque. Eu pensei: “nunca alagou, agora vai alagar?” Aí quando vi, minha casa estava totalmente embaixo d’água, perdemos tudo, mas felizmente minha mãe, irmã, vó e vô estão bem.
O pequeno alívio em meio ao caos foi de ver que a família está bem, apesar das perdas materiais. Kauã ressaltou que a mãe, Janice Cardoso e a irmã, Uine, estão tentando se reerguer e ajudando os mais necessitados.
Para isso, eles abriram uma vaquinha online (clique aqui para acessar) e estão arrecadando doações em dinheiro para ajudar o Rio Grande do Sul.
– Minha mãe e minha irmã estão ajudando outras pessoa porque fisicamente está tudo muito ruim. Chega a estar pior do que estão mostrando esse caso do Sul. Pessoas sem água, comida, sem roupa. Quando a água secar vai ser o maior cemitério a céu aberto – disse.
Por estar fisicamente longe e sem conseguir ajudar mais, a ideia de arrecadar dinheiro online foi uma maneira que o jogador encontrou de fazer algo por seu estado.
– Pessoal do vôlei está me ajudando muito de modo geral. Eu postei um story e muita gente repostou, páginas de vôlei, atleta profissional, foi um grande reconhecimento, fico muito feliz com esse apoio todo, estou vendo que eu e minha mãe e minha irmã vamos nos reerguer e ajudar os outros.
A mãe, Janice, que está abrigada na casa de parentes, relatou a preocupação do filho com a situação vivida pela família.
– Ele ficou muito nervoso, chorava muito. Ficou triste de estar longe e não fazer nada por nós e eu falei para ele ajudar em compartilhar nossa vaquinha com os atletas profissionais, da base. Ana Carolina, uma das melhores bloqueadoras do mundo, nos ajudou. Tem bastante gente. Aí o coração dele acalmou um pouquinho. Mas no primeiro momento ele ficou muito preocupado. É a casa dele, né? Por mais que more aí, é provisório, a casa dele é aqui – explicou Janice.
Com aeroporto e estradas interditadas, o oposto, que está no Sesi-Bauru há um ano e meio, não sabe quando vai poder reencontrar a família.
– Não sabemos ainda quando vamos nos ver. O aeroporto está alagado, como minha vó é denficiente e minha mãe cuida dela, não consegue vir para cá. Estou tentando não pensar, por ser um atleta tenho que me manter funcional. Estou tentando não me afetar mesmo que seja difícil, já chorei bastante – concluiu.
Fonte: G1