Batida entre ônibus e caminhão aconteceu na Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, entre Taguaí e Taquarituba (SP), e deixou 41 mortos.
O motorista do ônibus que se envolveu no acidente com um caminhão e deixou 41 mortos em Taguaí (SP) se apresentou à Polícia Civil e prestou depoimento nesta sexta-feira (27), em Avaré (SP).
O motorista informou à polícia que seguia pela rodovia, quando outro ônibus que estava na frente teria freado e “balançado”. Na sequência, para não bater, ele alegou que jogou o ônibus para o lado quando também houve uma falha no freio do veículo e bateu na carreta no sentido contrário.
Segundo a polícia, com base nos relatos de testemunhas e do motorista, à frente do ônibus das vítimas havia outro ônibus e um caminhão. Agora, será investigado se o motorista do ônibus foi para a pista contrária por conta de falhas mecânicas ou para ultrapassagem.
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Ainda de acordo com a polícia, também se apresentaram na delegacia nesta sexta-feira (27) os donos da empresa do ônibus, que não tinha autorização da Artesp para circular e estava com documentos irregulares.
O advogado que representa a empresa de ônibus, Adail Oliveira, contou que a confecção que contratou o serviço de transporte, contrariando a versão da empresa. Questionada pela TV TEM, a empresa de jeans nega a versão e diz que o ônibus foi contratado pelos funcionários.
Em nota, a SSP informou que as investigações seguem em andamento pela delegacia de Taguaí. Foi realizada uma nova perícia nos sistemas de freio do ônibus envolvido nesta sexta-feira (27) e na próxima segunda-feira (30) será realizada outra perícia no local do acidente.
Cinco pessoas, entre elas três motoristas, uma vítima e uma testemunha, foram ouvidas e novos depoimentos serão colhidos nos próximos dias.
Ainda conforme a SSP, os laudos de exames necroscópicos e toxicológicos estão em andamento pela Equipe de Perícia Médico Legal (EPML) de Avaré e, assim que concluídos, serão analisados pela autoridade policial.
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Resumo
- Um ônibus e um caminhão colidiram em Taguaí (SP)
- Acidente aconteceu por volta das 7h de quarta-feira
- O ônibus levava cerca de 50 trabalhadores de uma empresa têxtil
- A colisão ocorreu no km 172 da Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho
- A empresa de ônibus Star Viagem e Turismo não tinha autorização para operar, segundo informações da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp)
Após o acidente, o caminhão do tipo bitrem (com capacidade maior de carga), que carregava esterco, invadiu uma propriedade rural. O motorista do veículo chegou a ser levado ao pronto-socorro de Fartura, mas morreu na unidade.
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A companheira do caminhoneiro informou que ele não tinha habilitação para dirigir caminhão, tinha apenas habilitação provisória para carro e, por isso, levava outro caminhoneiro junto nas viagens.
“Com a colisão uma parte da carroceria do caminhão se desprendeu, foi para o lado do ônibus. Ela ocasionou um grave dano na lateral do ônibus e infelizmente levando a óbito tantas pessoas. Foram arrancados bancos, vítimas com membros decepados, vítimas machucadas”, afirmou Daniel Aparecido Demétrio, capitão da Polícia Militar.
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“Algumas vítimas foram projetadas para fora do ônibus, algumas estavam no interior do veículo e outras ficaram presas nas ferragens e nos bancos do ônibus também, o que dificultou a retirada. Mas tivemos cautela para que não houvesse maiores danos nos corpos”, disse o tenente do Corpo de Bombeiros, Carlos Alexandre Prandini.
A maioria das 41 vítimas foi velada em ginásios de Itaí. As prefeituras de Taguaí e Itaí decretaram luto oficial por três dias.
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A Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho é pista simples, não tem pedágios e não são comuns acidentes parecidos no local, segundo a Polícia Militar Rodoviária de Itapeva.
De acordo com o tenente Alexandre Guedes, porta-voz da PM, foi o maior acidente do ano nas rodovias do estado de São Paulo.
Investigação
O MPT entrou com uma representação contra a empresa Stattus Jeans Indústria e Comércio Ltda, onde as vítimas de Itaí trabalhavam, e a Star Fretamento e Locação Eireli – EPP, dona do ônibus envolvido no acidente.
As vítimas eram de Itaí e viajavam diariamente com a empresa de ônibus até o trabalho, em Taguaí.
O MPT quer saber sobre a responsabilidade das empresas no acidente. Além desta investigação do MPT, a Polícia Civil instaurou um inquérito para saber a causa da colisão, que ainda não foi esclarecida.
Camila Rosa Alves, delegada titular da Polícia Civil de Taquarituba (SP), é responsável pela investigação. Ela informou que a polícia tem duas linhas de investigação: falha nos freios ou tentativa de ultrapassagem em local proibido.
Hipótese de falha nos freios
O motorista do ônibus alegou, de acordo com a delegada, que seguia na pista quando se deparou com um outro veículo, possivelmente um caminhão, que estava mais devagar.
Ao tentar diminuir a velocidade, percebeu que os freios do veículo não funcionavam e, para evitar uma colisão, invadiu a pista contrária. Neste momento, foi atingido pelo caminhão bitrem carregado com esterco.
A versão apresentada pelo motorista foi confirmada por um dos passageiros do ônibus que sobreviveu. Elian Marcos contou à TV TEM que viu um caminhão na pista.
“Nosso ônibus estava indo e não sei se falhou o freio quando chegou perto desse que estava muito devagar. O motorista tirou [o veículo da pista] e nisso veio a carreta contra”, relatou.
Já outra possível versão, colhida com base no relato do sobrevivente do caminhão, é de que o ônibus teria invadido a pista contrária durante uma ultrapassagem. O caminhoneiro não teria conseguido frear a tempo e jogou o veículo para o acostamento, na direção de uma propriedade rural.
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Fonte: G1