“…o que não faltam são deficiências em todas as áreas…”
Com possibilidade de eleições atípicas este ano, com número elevado de candidatos, ainda que já tenha havido uma desistência para composição, o que ainda pode ocorrer, o fato é que os pretendentes aos cargos executivo e legislativo deverão ser em maior quantidade, quem sabe de todos os tempos. Entretanto, é bom lembrar que quantidade não representa necessariamente qualidade, pois o que se percebe é o lançamento de muitos nomes já com mandatos, vários de longa data e outros com histórico político, com raras exceções de alguns novatos.
Além da recorrência de nomes, partidos e grupos políticos, também fica evidente a repetição das formas de se fazer campanha, das propostas de trabalho e das ideias divulgadas, pois até agora não se constata qualquer projeto objetivo de cidade. Não existe um plano de desenvolvimento factível com novas ideais nas áreas da segurança, da habitação e principalmente na educação e na saúde. A Santa Casa de Misericórdia, por exemplo, que foi o principal tema de campanha de Manoel Leão Rego desde 1955, continua como bandeira de todos os candidatos mais de 60 anos depois.
O Horto Florestal Municipal permanece presente nos planos de governo, assim como a melhoria da distribuição de água, da iluminação pública, das estradas rurais e até o planejamento da ampliação da área urbana, cada vez mais desordenada. Faltam vicinais asfaltadas e o déficit de casas populares continua elevado, provavelmente um dos maiores da região. Não por acaso, a população de Palmital está praticamente estagnada, com o menor crescimento até mesmo entre os municípios da Comarca. Assim sendo, o que não faltam são deficiências em todas as áreas, justamente aquelas discutidas e prometidas em inúmeras outras eleições e que continuam servindo de planos de governo para o futuro.
Não obstante à falta de encaminhamento de solução em praticamente todos os setores da administração municipal, os temas mais relevantes, que de fato afetam as finanças e até inviabilizam os investimentos, nunca são discutidos. Nenhum dos candidatos irá rever os elevados subsídios de prefeito, vice, vereadores e assessores e muito menos a sangria dos cofres públicos com as vantagens exageradas e o SAS – Serviço de Assistência à Saúde – que garante atendimento médico hospitalar particular aos políticos e funcionários municipais utilizando recursos públicos. Tudo deve ficar como antes.