Um dos poucos méritos alcançados pelo Brasil na área científica, com reconhecimento internacional, é a produção e a aplicação de vacinas de forma rápida e abrangente, também pela influência do pesquisador médico Albert Sabin que, casado com uma brasileira nos anos de 1970, participou de campanhas nacionais contra a poliomielite. Cientista Russo-Americano, Sabin foi criador da vacina em gotas contra a Pólio, o que facilitou a aplicação em larga escala do imunizante que salvou milhares de vidas e evitou as sequelas conhecidas da doença que fez vítimas no mundo inteiro.
As campanhas nacionais de vacinação do Brasil alcançaram repercussão internacional, reconhecidas pela eficiência e elevada cobertura, assim como pela aceitação da vacina pela população que a reconheceu como medicamento preventivo a doenças graves, principalmente as transmissíveis. O fim da Poliomielite, a chamada “paralisia infantil”, considerada uma grande vitória da ciência brasileira, pode ser testemunhada pelos mais velhos que, em suas infâncias, conviveram com as mortes de crianças e muitos adultos vítimas do vírus, carregando sequelas físicas irreversíveis nos membros inferiores.
“…campanhas nacionais de vacinação do Brasil alcançaram repercussão internacional…”
Junto com a Poliomielite, as vacinas venceram doenças contagiosas como Coqueluche, Difteria, Febre Amarela, Hepatite, Influenza e, mais recentemente, debelou a maior pandemia de todos os tempos, da Covid-19, que fez o maior número de mortos em todo o mundo, comprovando de forma definitiva a segurança e a eficácia do medicamento. Entretanto, a grande lição da última vacina não serviu para reforçar a importância da prevenção como fator de proteção individual e coletiva e, justamente em meio à necessidade da imunização é que surgiram os negacionistas, que passaram a fazer pregação contrária alegando efeitos adversos.
Ao perceber que foi despertada a desconfiança, muito semelhante à ignorância, em grande parte da população, os representantes do povo, que buscam votos de conscientes e de imbecis com a mesma compulsão, passaram a relativizar a importância da vacina, chegando ao absurdo de prefeitos e governadores conceituar a imunização como de livre arbítrio, em vez de obrigação. Assim, a democracia, que sobrevive graças ao voto, tanto de sábios como de idiotas, passa a desprezar as regras inegociáveis, as chamadas cláusulas pétreas da vida em sociedade e, incitando a ignorância, não contradiz a estupidez a troco de voto.
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