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O vereador por Querência (MT), Neiriberto Martins da Silva Erthal (PSC), que apontou uma arma para o colega parlamentar Edimar Batista (PDT), não tem porte de arma de fogo e não entregou o revólver utilizado na ameaça. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido no gabinete de Neiriberto, na Câmara Municipal, e em sua residência na quinta-feira (25/03).
De acordo com a Polícia Civil, foram apreendidos um registro de arma, uma munição, um coldre e o celular do investigado. Ouvido na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), o vereador declarou que desconhece o paradeiro da arma de fogo com a qual ameaçou Edimar.
O delegado da Polícia Civil em Querência, Rogério Gomes Rocha, instaurou um inquérito para apurar os crimes de tentativa de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e ameaça. Na ocasião, o vereador foi ouvido na delegacia e solicitado pelo delegado que ele apresentasse a arma e a documentação de registro.
Conforme indícios colhidos pela Polícia Civil, a intenção do vereador era de realizar o disparo contra o colega parlamentar e adversário político. Os policiais civis apuraram ainda que o vereador não possui autorização da Polícia Militar, como sargento da reserva remunerada, para o porte de arma.
Diante do não atendimento à solicitação da Polícia Civil para que apresentasse a arma usada na sessão da Câmara de Vereadores e dos elementos informativos colhidos, o delegado Rogério Rocha representou à Justiça pelos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão.
O juiz da Vara Única de Querência, Thalles Nóbrega Miranda Rezende de Britto, atendeu ao pedido da Polícia Civil e cumpriu os mandados. O magistrado sustentou a prisão pela garantia da ordem pública pela gravidade concreta da conduta e pela garantia de aplicação da lei penal e conveniência da instrução.
“Sacar um revólver em plena sessão da Câmara dos Vereadores e acionar o gatilho na direção de um colega e vários populares, revela um modus operandi que ultrapassa a normalidade do crime de tentativa de homicídio. Não à toa, a reação de todas as pessoas é de espanto ao conferir as imagens veiculadas do episódio”, disse o juiz.
O magistrado ainda citou a postura da Câmara, que não tomou nenhuma providência em relação à responsabilidade do vereador. “Em liberdade e autorizado a participar das atividades ordinárias da Câmara, o representado potencializa o temor de vítimas e testemunhas, especialmente porque ainda pode estar na posse da mesma arma que empregou no episódio”.
CASO – Neiriberto apontou uma arma de fogo contra o vereador Edimar durante uma sessão ordinária da Câmara Municipal na última segunda-feira (21). O caso ocorreu durante a discussão de um dos projetos que estava na pauta.
Nas imagens, é possível ver Neiriberto falando para que o colega parlamentar “seja homem” e levantando logo em seguida, com a arma em punho. Informações preliminares apontam que o vereador deu um soco em Edimar.
A sessão já era prevista para ser “polêmica” devido às pautas da sessão, como aumento do número de vereadores de nove para 11, a implantação de férias remuneradas e 13º salário aos parlamentares. A população acompanhava a votação no plenário, e se assustou com a cena.
No fundo do vídeo, os policiais militares que faziam a segurança da sessão interviram e impediram uma possível “tragédia”. Com a confusão, a sessão foi encerrada imediatamente.
Fonte: Única News