Com mais metade do mandato sem participar da administração, médico Julio Yamamoto oficializa desligamento
Quase 27 meses depois da posse festiva em 1º de janeiro de 2017, o vice-prefeito de Palmital, o médico Júlio Toshio Yamamoto renuncia ao cargo. Ele formalizou a decisão com três ofícios semelhantes, com data de hoje, 18 de março de 2019, protocolados na Prefeitura e na Câmara Municipal e no Cartório Eleitoral da Comarca. Com a decisão oficializada, o cargo de vice-prefeito de Palmital fica vago até o final deste mandato, em 31 de dezembro de 2020.
O desligamento do vice-prefeito se dá depois de longo processo de desgaste junto à administração municipal, iniciada logo após a posse da chapa vencedora, liderada pelo prefeito José Roberto Ronqui e completada pelo vice Julio Toshio Yamamoto. Menos de 15 dias após a posse, o vice-prefeito passou a publicar mensagens enigmáticas nas redes sociais, nas quais chegou a afirmar que não estava recebendo o devido valor, sem contudo explicitar fatos concretos.
Apesar do visível afastamento do vice, que raramente fazia aparições públicas, o prefeito Ronqui o convocou para algumas reuniões, principalmente para decidir sobre questões relacionadas ao setor da saúde municipal. Entretanto, o médico não mais atendeu na rede municipal, ficando restrito a entidades particulares como a Santa Casa de Misericórdia, onde ainda é contratado, e depois assumiu funções em Ibirarema e manteve atendimento em Cândido Mota.
O provável rompimento definitivo entre prefeito e vice se deu em janeiro deste ano, quando Dr. Júlio, como é conhecido na cidade, encaminhou ofício ao prefeito cobrando promessas de campanha, como a criação de UBS – Unidade Básica de Saúde -, no Bairro São José, com atendimento noturno de médicos, enfermeiros e dentistas, e mais atenção à Santa Casa, que estaria à beira da falência, sem que houvesse sequer uma reunião para tratar o assunto (confira cópia do ofício). Além de protocolado na Prefeitura, o ofício foi divulgado em redes sociais.
Em seu desligamento definitivo, Dr. Júlio dirigiu seus ofícios ao “Estimado Povo Palmitalense” e afirmou que a decisão é “irretratável e irrevogável” de renúncia ao cargo, solicitando os efeitos imediatos da medida e a declaração do cargo de vice-prefeito de Palmital como vago. “Deixo o cargo publico a mim conferido pela população deste município, por motivo pessoal, de foro íntimo e em respeito a todos os votos que me foram confiados pela população palmitalense, a quem agradeço de coração o carinho, o respeito e a confiança que me foram depositados nas urnas”, diz trecho do ofício.
O pedido deverá ser oficializado, conforme prevê a Lei Orgânica do Município, a partir da leitura na sessão da Câmara Municipal prevista para a noite desta segunda-feira. Como não há previsão legal para que o posto seja ocupado por um suplente, o segundo na linha sucessória do município passa a ser o vereador Caninha, do mesmo partido do vice-prefeito, o PMDB, que assumiu a presidência da Câmara recentemente e pode assumir a Prefeitura em caso de impedimento, afastamento, renúncia ou cassação do prefeito José Roberto Ronqui.