Vicinal dos sonhos

Em 1973, no primeiro ano do terceiro mandato do prefeito Manoel Leão Rego, foi iniciado o processo de desapropriação de uma quadra inteira entre as ruas Sete de Setembro, Melo Peixoto, Santos Dumont e Padre Martins, para construção do Terminal do Rodoviário de Palmital e do novo Fórum da Comarca.

Entretanto, o projeto era muito mais ambicioso e previa a duplicação e asfaltamento do prolongamento da rua Sete de Setembro até a rodovia Raposo Tavares, a partir da Melo Peixoto, criando uma nova, ampla e moderna entrada para a cidade, quando ainda não existiam loteamentos ao redor da estradinha em terra.

Manoel Leão morreu em 1976, antes de concluir o mandato e também o projeto audacioso, que acabou abandonado e esquecido pelos sucessores, abrindo caminho para a continuidade da Sete de Setembro que, erroneamente, se transformou em rua residencial.

Foram necessários mais de 30 anos para que o projeto de transformar a Sete de Setembro na entrada principal à cidade fosse retomado, sem ainda estar concluído, pois a via asfaltada tardiamente não é sequer reconhecida pelo DER como de acesso a Palmital, cujo trevo na Raposo Tavares é indicado nas placas como de simples retorno.

…vicinal Fuade Haddad sofre com a pista estreita, sem acostamento e com pavimentação para tráfego leve…”

Não obstante às ponderações feitas à época pelo JC, neste mesmo espaço, sobre a importância de se projetar uma via de pista dupla, com canteiro central, mesmo que a segunda pista permanecesse em terra para pavimentação futura, a obra se resumiu ao asfaltamento de uma vicinal, como até hoje permanece.

Já com mais movimento do que o acesso antigo pela Avenida Anchieta, cujo trevo fica na rodovia Nelson Leopoldino, a vicinal Fuade Haddad sofre com a pista estreita, sem acostamento e com pavimentação para tráfego leve, que não suporta o tráfego pesado dos caminhões que a utilizam diariamente.

Considerando a importância da via para a população e também para as empresas, assim como o crescimento do uso da via, que é mais próxima da rodovia principal, é necessário que o projeto seja revisado com urgência e que sejam criadas e cumpridas normas rígidas de ocupação dos espaços às margens da pista.

Afinal, o desenvolvimento social e econômico das cidades passa necessariamente pela oferta de transporte de boa qualidade, que proporciona o deslocamento seguro das pessoas e dos bens produzidos na agricultura e nas indústrias, que pode ser garantido pelos acessos modernos e seguros, como sonhou Manoel Leão há mais de 50 anos.

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Cláudio Pissolito

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