O Comando do 4º Batalhão da Polícia Militar de Bauru (SP) abriu uma investigação para apurar a denúncia de um músico que disse que foi abordado por policiais, agredido e torturado na noite de sexta-feira (29), no bairro Mary Dota.
O morador denunciou a ação nas redes sociais. Segundo a publicação, que já teve quase mil compartilhamentos, ele foi torturado dentro de casa.
“Por que isso? Por que somos pobres? Em pleno século XXI você é torturado em sua própria casa por quem deveria nos defender. Isso é possível? Não tem cabimento uma coisa dessa. Não entendo nada de lei, mas sei que tortura não é uma coisa normal”, escreveu.
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De acordo com o denunciante, ele, a esposa e a filha de cinco meses foram abordados pela PM na rua, depois que saíram para jantar na casa de amigos. O músico contou que os policiais alegaram que tinham uma denúncia relacionada a tráfico de drogas.
“Como já estava mais escuro, eles ficaram mais agressivos. Deram um murro no meu peito perguntando onde estava a droga e eu falei que não mexia com isso. Então eles falaram que iam em casa, mas que ia ficar ruim para mim”, disse.
Ainda segundo o morador, ele e a família foram para casa. Ele disse que os policiais o levaram para o quarto, o algemaram e colocaram uma toalha na cabeça dele. Enquanto isso, a esposa foi deixada do lado de fora do imóvel e a bebê ficou sozinha no sofá.
“Um cara de dois metros montou em cima de mim e começou a forçar minha cara, jogar água em mim, eu estava me afogando”, contou.
O músico explicou que continuou negando as acusações feitas pelos policiais, então eles devolveram os celulares da família e foram embora. Segundo o morador, a casa dele foi revistada e nada de ilícito foi encontrado no local.
O homem disse ainda que decidiu publicar o caso nas redes sociais para registrar o que aconteceu.
O músico contou que nunca tinha passado por uma situação como esta e que, apesar de ele ser pardo e a esposa negra, não sabe identificar se os policiais foram preconceituosos.
“Talvez por a gente ser pobre, humilde, eles sabem que a gente não tem condição de fazer nada, mas talvez tenha um certo preconceito de raça ou social.”
O comandante da PM, Fabiano Serpa, informou que, assim que soube da abordagem pelas redes sociais, determinou a abertura de uma investigação preliminar. Segundo ele, todos os envolvidos serão ouvidos para descobrir os fatos reais e julgar a legalidade da ação policial.
Fonte: G1