Menino foi morto em 2001 e dois pastores acusados de envolvimento no crime estão sendo julgados nesta semana, na capital baiana.
No ano em que o assassinato de Lucas Terra completa 22 anos, dois dos pastores acusados de matar o adolescente foram a júri popular em Salvador. O menino foi queimado vivo em 2001 e o corpo dele foi encontrado carbonizado em um terreno baldio da capital baiana. Apenas um dos acusados foi preso e cumpre pena em liberdade condicional. Confira cronologia dos fatos:
👉 21 de março de 2001: Lucas Terra foi para um culto da igreja durante a noite. Por volta das 23h, ligou para o pai e disse que estava com Silvio Galiza, em um templo no bairro do Rio Vermelho. O menino não voltou mais para a casa.
👉 23 de março de 2001: após dois dias de buscas, o corpo de Lucas foi encontrado carbonizado, dentro de um caixote de madeira, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama, em Salvador.
👉 O caso foi investigado pela Polícia Civil e os laudos de perícia comprovaram que o garoto foi queimado ainda vivo. Também foram levantadas suspeitas de estupro, mas na época o Departamento de Polícia Técnica (DPT) não constatou o estupro nos exames de necropsia.
👉 O pastor Silvio Galiza foi o primeiro a ser identificado como autor do crime.
👉 2004: Silvio Galiza foi julgado e preso em Salvador.
👉 2006: Silvio Galiza denunciou os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva por envolvimento no crime. Ele também confirmou que o flagrante da relação sexual entre Joel e Fernando foi a motivação do homicídio. Silvio disse que recebeu ameaças dos dois pastores para que não denunciasse o envolvimento deles no crime.
Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva, respectivamente — Foto: Reprodução/TV Bahia
👉 2006: a primeira constituição do caso foi feita.
👉 2008: pastor Fernando Aparecido da Silva chegou a ser preso em Recife, mas em poucos meses passou a responder o processo em liberdade.
👉 2012: após cumprir sete anos em regime fechado, Silvio Galiza ganhou liberdade condicional.
👉 2013: Joel e Fernando foram inocentados pela Justiça.
👉 2015: a família de Lucas Terra recorreu da decisão da Justiça e, em setembro de 2015, os desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) decidiram, por unanimidade, que os religiosos fossem à júri popular, decisão confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
👉 2017: o STJ negou recurso especial para os acusados, que pediram a suspensão do júri popular.
👉 2018: o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, anulou, por falta de provas, o processo que envolve a participação do bispo Fernando Aparecido da Silva na morte de Lucas.
👉 2019: o pai de Lucas Terra morreu após sofrer uma parada respiratória decorrente de uma cirrose hepática. Carlos Terra foi símbolo da luta pela condenação dos acusados pelo crime e chegou a acampar em frente a Fórum em Salvador para cobrar celeridade no caso.
👉 2020: a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva iriam a júri popular.
👉 2022: júri popular dos pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva foi marcado para acontecer entre os dias 25 e 28 de abril, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Durante o julgamento, as testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas.
👉 A defesa dos pastores disse, em nota, estar convicta da inocência deles, e que não há provas ou indícios contra os dois pastores, Joel Miranda e Fernando Aparecido.
👉 Um dos advogados da família de Lucas Terra, Ricardo Sampaio, disse que a acusação tem provas de que o estupro foi cometido e vai apresentá-las durante o julgamento.
Fonte: G1