“…o crime não é especialidade e muito menos vocação dos mais pobres…”
Historicamente, as regiões mais pobres das cidades são as mais perigosas para se viver e aquelas com maior incidência de criminosos, o que leva a sociedade a desenvolver preconceito geográfico e social ao discriminar moradores de regiões periféricas, das favelas e dos cortiços.
Entretanto, o crime não é especialidade e muito menos vocação dos mais pobres, pois o desrespeito às leis é inerente a todas as classes sociais e econômicas e, para efeito de contraponto, a prática delituosa é muito mais perigosa para os pobres do que para os ricos, sempre mais protegidos.
As estatísticas criminais são contraditórias ou enganosas na medida que o policiamento, a fiscalização e a punição dos delitos sempre acontecem com mais frequência nas regiões periféricas, onde as pessoas são avaliadas pelas roupas que vestem ou pelas casas onde vivem.
Ao contrário, os crimes praticados em bairros nobres são muito mais bem camuflados e, consequentemente, menos fiscalizados e quase nunca punidos, ainda que representem muito mais danos às cidades, aos estados e ao país, por se tratar de sonegação, malversação, falsificação e outras práticas que envolvem valores elevados.
O caso recente, de uma única empresa sonegar mais de R$ 26 bilhões em impostos, praticamente a metade do orçamento do Bolsa Família, valor que foi para os cofres de algumas famílias milionárias, é emblemático ao mostrar a dimensão que pode alcançar os chamados crimes tributários, sempre negociáveis ou perdoados.
Laboratórios farmacêuticos que falsificam remédios e não recolhem impostos, distribuidoras de combustíveis que sonegam sistematicamente e adulteram seus produtos e políticos que contratam empresas desqualificadas para realizar obras caras são provas cabais que os grandes crimes têm endereços nobres.
Ao entender e aceitar que os crimes acontecem em todas as camadas sociais e econômicas e que os delitos dos ricos são os mais prejudiciais à sociedade e aos governos, basta apenas a coragem para enfrentar e punir o chamado colarinho branco que sempre é tratado com muita deferência pelas instituições públicas.
Em vez de operações nos morros e nas favelas onde morrem inocentes e policiais, basta fiscalizar com rigor as movimentações financeiras e as declarações de Imposto de Renda dos mais ricos para identificar o verdadeiro endereço dos grandes crimes, aqueles que financiam os pequenos criminosos.
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