Advogado de Palmital, que milita em Sinop, é preso por ligação com facção criminosa

Advogados e policial são acusados de agir em benefício de facção criminosa, principalmente em ações relacionadas ao tráfico

O advogado Roberto Luís de Oliveira, natural de Palmital, foi preso em Sinop (MT), na terça-feira, 12, no âmbito da Operação Gravatas, deflagrada pela Delegacia de Polícia de Tapurah, no mesmo Mato Grosso. A também advogada Jessica Daiane Marostica, que atua em Sinop, foi detida na mesma operação, assim como o Policial Militar Leonardo Qualio, junto a outros dois advogados que não tiveram suas identidades reveladas.

A investigação iniciada na Delegacia de Tapurah apontou a existência de uma organização criminosa com a participação dos advogados e do policial militar. Os relatórios de investigação, que reúnem mais de mil páginas, detalham a conduta dos investigados e que cada advogado tinha tarefa bem definida em benefício da organização criminosa.

Segundo a Polícia, os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos quatro advogados, que representavam o braço jurídico do grupo, respeitando uma clara divisão de tarefas a fim de obterem vantagens de natureza financeira e jurídica, com a prática de crimes como o tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.

A investigação apontou que os advogados realizaram diversas tarefas além da atividade jurídica legal. Além de ações com o propósito de embaraçar investigações policiais, eles repassavam informações da atuação policial em tempo real e realizavam o levantamento de dados de pessoas que eram vítimas de crimes graves, como tortura e homicídio. Ainda, intermediavam a comunicação entre os líderes da organização criminosa, que estão presos, com outros integrantes que estão soltos.

O delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo, afirmou que o braço jurídico atuou à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria profissional.

Não se trata da instituição democrática do direito de defesa em essência, que encontra respaldo nos direitos fundamentais da Constituição da República, mas sim de verdadeira associação voluntária dos juristas à organização criminosa”, salientou.

OPERAÇÃO GRAVATAS
A operação cumpriu 16 ordens de prisões preventivas e buscas e apreensões contra os quatro advogados, o policial militar e três líderes de uma facção criminosa que estão custodiados no sistema prisional. Na casa de Jéssica Daiane, os policiais encontraram mais de R$ 100 mil em dinheiro vivo. Nas redes sociais, ela se intitula advogada criminalística, diz ter 29 anos e ser casada. As ordens de prisão e de buscas contra os presos já custodiados foram cumpridas no Sistema Penitenciário em Cuiabá.

FONTE: J1agora

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