Um advogado, de 39 anos, é suspeito de ter produzido um alvará falso, que foi encaminhado à Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), no dia 28 de dezembro de 2022, com o objetivo de libertar um preso envolvido no roubo de 734 quilos de ouro e pedras preciosas no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). A prisão preventiva dele foi decretada na terça-feira (08/10) pelo Poder Judiciário e ele é considerado foragido da Justiça.
Conforme a Polícia Civil, o roubo aconteceu em 2019 e era considerado um dos maiores crimes contra o patrimônio do país.
Investigações
O delegado Edmar Rogério Dias Caparroz, responsável pelas investigações do caso, explicou ao g1 que o documento falso tinha como objetivo soltar o detento Marcelo Ferraz da Silva, diretamente relacionado com o roubo da carga de ouro do aeroporto.
Ele informou ainda que o alvará foi enviado à penitenciária por e-mail, através de uma advogada “subcontratada” em Presidente Venceslau, que, segundo o delegado, “nada sabia sobre a falsidade do documento”.
Os funcionários da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) desconfiaram do alvará e fizeram a checagem, constatando a falsidade.
Após diversas diligências, incluindo o cumprimento de mandados de busca domiciliar nas cidades de Várzea Grande (MT) e Cuiabá (MT) e oitivas em Presidente Venceslau e Fortaleza (CE), apontaram que o documento teria partido de um advogado, de 39 anos, do Distrito Federal (DF), que já era investigado como integrante do crime organizado e “com experiência na falsificação de documentos”.
“Nós fomos fazendo o caminho reverso. Esse alvará foi encaminhado pela advogada de Presidente Venceslau, que foi contatada por um advogado de Várzea Grande, próximo à Cuiabá, que, por sua vez, foi subcontratado por outro advogado de Cuiabá. Depois, a investigação direcionou a uma outra pessoa de Fortaleza, no Ceará, que teria sido mantido contato também para dar prosseguimento nesse alvará. Refazendo todo esse caminho reverso, nós chegamos à origem, no Distrito Federal, deste advogado envolvido com a organização criminosa”, explicou Caparroz ao g1.
O delegado ainda ressaltou que o advogado suspeito já possui outros dois mandados de prisão expedidos no Distrito Federal por envolvimento com organização criminosa.
De acordo com a Polícia Civil, em setembro de 2024, após o período de mais de um ano e oito meses de investigação, os agentes de Presidente Venceslau concluíram o inquérito policial, que deliberou pelo indiciamento do suspeito pelo crime de uso de documento falso e representou pela decretação da prisão preventiva.
A conclusão foi enviada ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), que, segundo a corporação, também representou pela prisão preventiva e resultou, nesta terça-feira, na decretação da prisão pelo Poder Judiciário.
O advogado permanece foragido e a Polícia Civil segue com as diligências na tentativa de localizá-lo.
Fonte: G1