A atriz norte-americana Laura Orrico, 48 anos, anunciou que está grávida do marido, Ryan Cosgrove, que morreu há 10 anos vítima de um tumor cerebral. Conhecida por papéis em séries como CSI: Miami e Kevin Can Wait, Laura deixou Hollywood para acompanhar o tratamento de Ryan, diagnosticado em 2007. Antes de iniciar a terapia, ele congelou seu esperma para que o casal pudesse tentar ter filhos no futuro. As primeiras tentativas começaram em 2013, mas resultaram em dois abortos espontâneos. Ryan morreu em abril de 2015, e a atriz continuou tentando engravidar nos anos seguintes.
Decidida a não esperar mais, Laura iniciou o processo em abril de 2025. O procedimento foi realizado no fim de maio e, em 9 de junho, ela recebeu a confirmação da gravidez. Segundo a atriz, o marido havia lhe dado permissão expressa, antes de morrer, para usar o material genético e realizar o sonho de formar uma família. Ela compartilhou a notícia com a mãe de Ryan, que a acompanhou na última ultrassonografia, e destacou que a gestação é uma bênção para todos que o amavam.
O tratamento escolhido foi a reprodução assistida post-mortem, técnica que permite o uso de material biológico congelado de uma pessoa já falecida. Conforme explica Álvaro Cecchin, presidente da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), o sêmen deve ser coletado e congelado ainda em vida, com consentimento formal. Mesmo após anos de armazenamento, o material pode ser usado para fertilização in vitro ou inseminação, desde que a coleta e o congelamento tenham sido feitos de forma adequada.
Especialistas ressaltam que, em casos de câncer, a preservação de esperma é uma medida importante quando o tratamento pode afetar a fertilidade. O oncologista Denis Jardim recomenda que pacientes discutam essa possibilidade com o médico antes de iniciar a terapia. No caso de Laura Orrico, a decisão tomada em conjunto com Ryan anos atrás permitiu que, mesmo após uma década de sua morte, ela realizasse o sonho de ter um filho do marido.
Fonte: DCM
