PMs executam foragido da Justiça que estava com as mãos na cabeça: o que se sabe e o que falta saber

Policiais alegaram que agiram em legítima defesa durante troca de tiros em Ourinhos (SP), mas a Polícia Civil apurou que o foragido não teria apresentado resistência. PMs foram levados para o Presídio Militar Romão Gomes.

Um foragido da Justiça por tentativa de homicídio, de 26 anos, foi morto a tiros por policiais militares mesmo após colocar as mãos na cabeça e não apresentar resistência durante a abordagem policial, em Ourinhos (SP).

Os PMs disseram que agiram em legítima defesa, reagindo a uma ação do rapaz. Contudo, a apuração da Seccional de Ourinhos apontou que o foragido não ofereceu resistência.

Um vídeo registrou a ação dos PMs. Eles foram presos e levados para o Presídio Romão Gomes na quarta-feira (22).

Veja abaixo as respostas para as seguintes perguntas:

  1. Por que os PMs abordaram o jovem de 26 anos?
  2. O que aconteceu durante a abordagem?
  3. O que os PMs apresentaram no plantão?
  4. Qual foi a motivação da execução?
  5. Os policiais serão investigados?
  6. O que a Polícia Militar e a defesa dos PMs alegam?

1. Por que os PMs abordaram o jovem de 26 anos?

Os dois policiais militares, o subtenente Alexandre David Zanete, 49 anos, e o cabo João Paula Herrera de Campos, 37 anos, afirmaram que abordaram Murilo Henrique Junqueira na Vila Operaria após constatar que ele era foragido da Justiça pelo crime de tentativa de homicídio cometido no estado do Paraná. O jovem tinha sido condenado a sete anos de prisão em regime semiaberto.

Foragido da Justiça é executado por PMs em Ourinhos — Foto: Reprodução/Câmera de segurança
Foragido da Justiça é executado por PMs em Ourinhos — Foto: Reprodução/Câmera de segurança

2. O que aconteceu durante a abordagem?

Imagens obtidas pela TV TEM mostram o momento em que Murilo está próximo de uma casa com as mãos na cabeça. Ele anda um pouco, quando é baleado com o primeiro tiro efetuado por um dos policiais e cai no chão. Na sequência, o PM efetua o segundo disparo.

Ainda na imagem é possível ver quando o policial se aproxima do homem, abaixa e efetua o terceiro disparo. O jovem fica agonizando no chão enquanto o outro policial dá um tiro para o alto.

3. O que os PMs apresentaram no plantão?

Uma arma foi apresentada na ocorrência pelos policiais, que teria sido usada pelo foragido antes das cenas gravadas pela câmera de monitoramento de uma casa. No plantão, os PMs disseram que agiram em legítima defesa.

4. Qual foi a motivação da execução?

Depois de analisar as imagens, o delegado da DIG de Ourinhos pediu a prisão temporária dos dois PMs e abriu inquérito para apurar o crime. A Polícia Civil tenta identificar possíveis testemunhas, vizinhos da vítima, na Vila Operária, para conseguir mais detalhes de como tudo aconteceu.

“A polícia está ouvindo moradores com objetivo de identificar testemunhas presenciais. A possibilidade é grande, inclusive já identificamos algumas. Vamos estabelecer qual foi a participação de cada policial neste evento”, afirmou o delegado.

5. Os policiais serão investigados?

Homem morto era foragido da Justiça por homicídio cometido no estado do Paraná — Foto: Reprodução/Câmera de segurança
Homem morto era foragido da Justiça por homicídio cometido no estado do Paraná — Foto: Reprodução/Câmera de segurança

A Justiça acatou o pedido de prisão temporária da Polícia Civil e o Comando da Polícia Militar da cidade foi avisado sobre o fato. Foi a própria Polícia Militar que cumpriu os mandados. Eles foram presos e levados ao Presídio Militar Romão Gomes, na capital, nesta terça-feira (21).

Já o Comando local da PM pediu a prisão preventiva dos policiais à Justiça Militar.

6. O que a Polícia Militar e a defesa dos PMs alegam?

A Polícia Militar informou que o Comando local iniciou as investigações sobre o fato imediatamente e, com base nas provas colhidas, constatando o ato como “conduta inaceitável”, pediu pela prisão preventiva dos PMs envolvidos na ação ao Tribunal de Justiça Militar.

“Dada a gravidade das imagens expostas e conduta inaceitável de quem tem o dever de zelar pela legalidade e proteção das pessoas, a Polícia Militar, compromissada com defesa da vida continuará apurando com o rigor necessário e informará à sociedade de todos os atos de investigação decorrentes.”

A reportagem da TV TEM tentou contato com o advogado dos policiais, mas não obteve retorno.

Fonte: G1

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