O jovem Henrique Marquez de Jesus, de 16 anos, foi encontrado morto na última quarta-feira (18), próximo à Lagoa Negra, na Vila de Jericoacoara, no Ceará. Henrique havia desaparecido na madrugada da terça-feira (17/12), durante uma viagem de férias com o pai, Danilo Martins de Jesus. O caso, inicialmente tratado como desaparecimento, agora é investigado como homicídio pela Polícia Civil.
Imagens de câmeras de segurança mostram o adolescente sendo rendido e arrastado por pelo menos sete pessoas na madrugada em que desapareceu. O corpo foi localizado em uma área afastada e deserta, conhecida por sua baixa movimentação noturna.
Segundo o pai, o adolescente pode ter sido morto por um equívoco relacionado a um gesto feito com as mãos em fotos, sem saber que representava um símbolo de uma facção criminosa atuante no estado.
Danilo acredita que o gesto feito pelo filho, que é comum na região onde vivem, em Bertioga (SP), foi interpretado como um sinal de afiliação a uma facção rival. “Isso é normal onde moramos. Deveriam ter orientado: ‘aqui não pode fazer esse símbolo’. Não fazer uma crueldade dessas, achando que um moleque de 16 anos era envolvido com facção”, lamentou o pai.
No Ceará, o número “três” é associado a uma facção local aliada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto o “dois” está ligado ao Comando Vermelho. A Secretaria da Segurança Pública não confirmou oficialmente se essa é uma linha de investigação para o crime.
Na noite anterior ao desaparecimento, Henrique decidiu voltar sozinho ao hotel para recarregar o celular e descansar antes de retornar a São Paulo no dia seguinte. Horas depois, ao chegar ao quarto e não encontrar o filho, Danilo iniciou buscas pela vila. Na manhã da terça, acessou imagens de câmeras de segurança que mostravam o momento em que Henrique foi levado à força.
O pai lamentou o episódio durante a primeira viagem que fizeram juntos. “Era a primeira vez da gente em Jericoacoara. A gente nunca tinha viajado junto”, disse.
A Polícia Civil instaurou um inquérito na Delegacia Municipal de Jijoca de Jericoacoara e utiliza imagens de câmeras de segurança para identificar os autores do crime. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que as Polícias Civil e Militar seguem empenhadas na apuração dos fatos, mas ainda não divulgaram detalhes sobre as motivações.
Fonte: DCM