UM CORRUPTO QUE SE CONVERTE

Uma das passagens bíblicas mais intrigantes é aquela de Zaqueu um cobrador de impostos que de tanto roubar conseguira tanta fortuna. Imagine um banqueiro, representante da elite mais privilegiada de um país, subindo numa árvore para ver passar uma procissão! Foi o que fez Zaqueu. Era riquíssimo, mas corrupto. Porém tinha uma vocação. Queria ver Jesus, mas era baixo de estatura. Perdia-se na multidão. Arquitetou uma estratégia meio marota para conseguir seu objetivo.

Quando soube que Jesus ia passar ali perto, subiu nos galhos de uma árvore para poder vê-lo. Talvez pensasse que ficaria escondido ali no meio da folhagem. Seu desejo de ver o Mestre era tão grande que ele se expôs ao ridículo, subindo na árvore como um homem comum. Para sua surpresa, o Mestre parou justamente debaixo da árvore e o avisou: “Desça depressa daí Zaqueu, que eu vou estar hoje na sua casa”. Os doutores da Lei se escandalizaram. Sempre os doutores da lei!… Até hoje continuam aprontando. Vejam o aumento de salários que deram a si próprios.

Radiante de alegria, Zaqueu deve ter se deslizado pelo tronco da árvore. Correu para sua casa. Deveria morar numa mansão. Reuniu toda a criadagem, a família toda. Chamou os vizinhos, mandou avisar os parentes. Com os olhos brilhando de felicidade preparou a chegada. Quem duvida que ele não tenha providenciado até banda de música para receber o visitante. Convenhamos, Zaqueu não era um rico metido à besta. Não há coisa pior no mundo do que rico metido à besta. Aliás, ha duas coisas piores no mundo: rico metido à besta e pobre revoltado.

O que estraga os ricos não é o dinheiro. É o fato de não saber subir em árvores. Zaqueu era rico, tinha de tudo, mas não era feliz. Faltava-lhe alguma coisa. E para conseguir o que faltava não precisava que suas ações fossem valorizadas. Precisou apenas subir numa árvore. Resta aguardar que o seu exemplo converta outros ricos. Que devolvam o que roubaram e aprendam que muitas vezes na vida é preciso subir em árvores, para conseguir aquilo que dinheiro nenhum compra: a felicidade.

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Cláudio Pissolito

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