Apesar do cancelamento do evento tradicional em Garça (SP), árvores tiveram florada histórica. Moradora tira fotos todos os anos, mesmo com problemas de mobilidade.
Apesar do cancelamento do Cerejeiras Festival de Garça (SP) por causa da pandemia de coronavírus, uma fotógrafa amadora da cidade, que é cadeirante, retratou a beleza das árvores que floresceram neste período.
Nas redes sociais de Giuliana Marino, é possível encontrar diversas fotos da natureza, em especial das cerejeiras, com cores vivas e uma nitidez que impressiona. Mesmo com a pandemia e problemas de mobilidade, é uma arte que a fotógrafa mantém viva.
O festival das cerejeiras acontece desde 1986 no final de junho no parque J.K. Williams e chega a reunir mais de 300 mil pessoas todos os anos. A ideia é valorizar a beleza das flores da árvore típica do Japão.
Neste ano, apesar do cancelamento, o parque teve uma florada histórica, segundo Diogo Minakawa, o responsável por cuidar das 570 árvores do lago há mais de 12 anos.
“Justamente esse ano que não vai ter o evento, vai ter uma florada histórica. Já tem árvore muito florida e várias para abrirem. Parece que as flores estão querendo dizer alguma coisa com essa florada porque eu estou vendo árvores que nunca floresceram e estão florescendo”, repara Diogo.
Essa florada histórica foi retratada pela Giuliana, de 39 anos, que tem distrofia Facio-Escápulo-Umeral e é cadeirante há quase 12 anos. Por causa disso, ela contou ao G1 que enfrenta alguns desafios para mexer na câmera fotográfica.
“Tirar fotos me traz grandes desafios porque eu tenho um pouco de dificuldade nos braços. Mas nada que usando algumas adaptações para tirar fotos e um apoio de braços eu não consiga”, conta Giuliana.
A fotógrafa costumava trabalhar como atendente em uma loja, mas parou por causa das limitações físicas. O hobbie da fotografia, no entanto, sempre esteve presente.
“Eu comecei a me interessar por fotografia em 2006, quando ganhei a minha primeira câmera digital. Como eu sou curiosa, comecei a fazer alguns cursos básicos aqui em Garça, pela internet e, com a prática, vou me aperfeiçoando cada vez mais”, explica Giuliana.
Desde então, Giuliana tira fotos das cerejeiras quase toda semana, quando elas estão floridas. A escolha pelas flores, segundo a fotógrafa, é porque elas sempre fizeram parte da vida dela, inclusive durante os festivais.
“Sempre estive presente no Festival das Cerejeiras, por gostar da festa em si e da florada. As cerejeiras sempre fizeram parte da minha vida e fotografar me faz mais ativa e feliz”, admite a moradora de Garça.
Bosque fechado
Giuliana contou que tirar fotos a tem ajudado a se distrair durante a quarentena. No entanto, na última quarta-feira (24), o acesso de veículos ao lago J.K Williams foi proibido para evitar aglomerações e a disseminação da Covid-19.
“Infelizmente a população não colabora. No domingo teve uma aglomeração muito grande e muita gente sem máscara. Então não pretendo continuar indo, pois está sujeito a multas”, comenta Giuliana.
Fonte: G1