Roseli e André Luiz já atenderam cerca de oito mil clientes em Marília (SP), espalhados nos quatro cantos do mundo. Procura pelo serviço aumenta na semana do Dia dos Namorados
A banda Jota Quest uma vez cantou que “o teu amor pode estar ao seu lado”. Mas, se não está, um “empurrão” pode ser útil. Essa é a proposta de um casal de Marília que, há 24 anos, iniciou a “missão cupido” com a criação de uma agência de namoro e casamentos.
Os “cupidos profissionais” Roseli Sanches Carvalho, de 62 anos, e André Luiz de Carvalho, de 51 anos, contaram ao g1 que agências de casamento existem há mais de mil anos, mas foi na década de 1990 que, após conhecer o trabalho, Roseli descobriu que queria atuar na área.
“Desde pequena eu tinha o hábito de levar bilhetes de amiguinhas para os meninos, depois vieram os bailes. Naquela época, em uma roda de amigas, era comum o sonho de casamento e o ‘felizes para sempre’. Conhecia muita gente sozinha que queria encontrar o par, namorar e se apaixonar. Conversei com meu marido e ele imediatamente me apoiou, pois sabia que ser casamenteira já fazia parte de mim”, explica.
Com o ideal de ser uma agência respeitosa, sigilosa e ética, Roseli começou a estruturar o negócio, mesmo que precisasse vender o próprio carro – e assim foi feito, na missão de unir pessoas. “Tem muita gente sozinha que quer encontrar um amor de verdade”, continua.
Se antes a agência “caminhava a curtos passos”, hoje já atende cerca de oito mil clientes, sendo alguns espalhados nos “quatro cantos” do mundo: Portugal, Itália, Japão e México. Na semana do Dia dos Namorados, a procura pelo atendimento é ainda maior.
“Além do pouco capital que tínhamos, era uma proposta diferente no mercado. Naquela época só atendíamos quem morasse em Marília. Fomos os pioneiros com a proposta: encontre seu par, com respeito, idoneidade, seriedade e sigilo. Agência de casamentos era novidade no Brasil”, explicam.
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Papel casamenteiro do casal de Marília se consolidou e conquistou o público — Foto: Agência Par/Divulgação
O papel casamenteiro do casal se consolidou e conquistou o público. Afinal, conforme explicaram ao g1, há uma análise minuciosa para estabelecer a relação entre os casais, ou seja, se os dois combinam ou não.
“Para um casal ter maior possibilidade de dar certo e ter menos conflitos, é importante que ambos tenham o mesmo nível social, econômico, cultural e religioso, estejam na faixa etária desejada de ambos, tenham alguns gostos em comum e hábitos parecidos”.
Mesmo que exista uma “receita” a ser seguida, os cupidos profissionais confessaram que já cometeram erros, principalmente no começo de criação da agência. Entre as principais dificuldades, o casal elencou o tempo para encontrar o par do cliente.
“Fazíamos contrato de apenas um ano, mas compreendemos que esse tempo não era suficiente na maioria dos casos, então corrigimos esta falha e hoje procuramos o par até dar certo, independentemente do tempo. Tivemos pessoas que em poucos meses estavam namorando, mas também tivemos casos de demorar dois, três anos ou mais”, comentam.
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Agência de casamentos conquista público que busca pelo par ideal em Marília — Foto: Pexels/Divulgação
Já em relação à dificuldade de encontrar o par ideal, o casal pontuou que cada pessoa possui o mapa amoroso, ou seja, tem uma noção de como seria a pessoa por quem gostaria de se apaixonar.
“São características culturais, físicas, financeiras, comportamentais e etc. Este mapa pode dificultar bastante de acordo com as exigências de cada um”, orientam.
Além do serviço casamenteiro, a agência de Marília propõe o Coaching Love, que serve para ampliar o conhecimento e compreender melhor as diferenças do universo feminino e masculino e, a partir disso, tomar atitudes reformadoras.
Procura por relacionamento estável
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Para alguns pode ser difícil encontrar um relacionamento estável, por isso a agência de casamentos pode ser uma alternativa na busca do par ideal — Foto: Pexels/Divulgação
Para alguns pode ser difícil encontrar um relacionamento estável. Entre os principais motivos estão, segundo o casal casamenteiro, a dificuldade de compreensão do outro ou a falta de empatia, além de também não conseguir se dedicar a amar ou ser amado.
“Não conseguir ler os sinais que outra pessoa dá com o intuito de estabelecer uma aproximação, comportamento inadequado, que ao invés de atrair alguém, algumas atitudes repelem qualquer possibilidade, não saber o que quer, medo de amar ou se entregar, timidez excessiva” são outros motivos apresentados pelo casal.
“Ela parecia ter o famoso ‘dedo podre’. Uma prima e uma tia descobriram a agência, imediatamente navegaram nas informações e resolveram dar uma forcinha. Duas semanas depois, ela já estava convencida pela família que seria desta forma que teria a chance de encontrar o par para dividir a vida”, lembram.
Segundo os cupidos, quando Cris se inscreveu na agência conheceu um rapaz por quem cultivou afinidade. O primeiro encontro de ambos foi em um restaurante, onde eles puderam conversar e combinar a próxima vez em que se viriam.
“Ela resolveu esperar pela ligação dele. Ele resolveu esperar pela ligação dela. Nenhum dos dois ligou. Uns quinze dias depois, ela entrou em contato com a agência dizendo que acreditava que ele não tinha gostado dela, pois não entrou mais em contato. Na hora, bateu até uma tristeza, pois eles tinham tantas afinidades, objetivos de vida muito parecidos. Então, ligamos para ele para saber o que tinha acontecido”, contam.
Em contato com o rapaz, Roseli e André descobriram que, assim como ela, ele também estava esperando por uma ligação. Depois de esclarecida a história, o casal se encontrou novamente, e, alguns meses depois, se casou.
“Que ‘dedo podre’ que nada, era só a oportunidade de encontrar a pessoa certa que estava faltando”, ressaltam.
Nesses casos, para o casal casamenteiro, a maior recompensa é ver o brilho nos olhos ou ouvir uma voz embargada ao dizer: “vocês acertaram, ele é o amor que esperava encontrar”.
“O que também nos causa muita emoção é ver uma noiva entrando na igreja. Impossível segurar as lagrimas de felicidade”, celebram.
FONTE: G1













