Em tempos de rápida evolução tecnológica, quando os computadores e os programas digitais passam a substituir o trabalho e até mesmo a inteligência humana, que está sendo copiada e reproduzida por meio de equipamentos da chamada robótica, o homem atual continua experimentando as mesmas mazelas do passado.
Todos os recursos disponíveis para reduzir ou substituir o trabalho manual e mental não são suficientes para facilitar a vida das pessoas que continuam vivenciando conflitos de ordem pessoal e coletiva e com dificuldades de relacionamento e até mesmo de simples convivência.
Transtornos cognitivos e de atenção cada vez mais recorrentes e agravados, dificuldades de concentração e de percepção e muita hiperatividade, que faz com que a noção do tempo seja cada vez mais rápida, transformam o indivíduo em escravo de sua história e vítima de sua ambição.
Afinal, a disputa desenfreada pela ânsia de ter e também pelo poder, assim como o desejo de alcançar o que se considera como riqueza por meio de bens materiais, são motivadores das batalhas travadas entre os humanos na busca de atender aos objetivos de superar os demais, mesmo que seja para apenas ostentar ilusória superioridade.
“…muita hiperatividade, que faz com que a noção do tempo seja cada vez mais rápida…”
Assim são formados os seres cada vez mais individualistas, cuja finalidade de vida é atender ao próprio ego, utilizando todos os recursos possíveis para parecer mais forte e se sentir acima dos demais, mesmo que pagando o elevado preço da dor e da solidão pela ausência de amor próprio e, consequentemente, de amor coletivo.
Junto ao fracasso da capacidade de se relacionar de forma empática e respeitosa, chegam as doenças da alma representadas pela ansiedade, pela tristeza, pela angústia, pela depressão e pela busca da vida e da morte sufocadas pelo engodo das drogas.
Neste século 21, de facilidades tecnológicas, de avanço da medicina, de novos e poderosos medicamentos e de muitos recursos materiais, falta o alento psíquico que pode garantir o equilíbrio existencial ao indivíduo como ser comunitário.
Sem capacidade de conviver com o próprio Eu, que redunda no isolamento da coletividade, o sujeito se escraviza pelo trabalho, pelo dinheiro, pelo álcool, pelos prazeres e pelos engodos das substâncias psicoativas que transformam seres humanos em fantoches de suas próprias fraquezas, sem capacidade de agir ou de reagir diante da decadência social que cresce na mesma velocidade da ascensão material.
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