Editorial JC – Justiceiros municipais

O aumento exponencial do número de furtos e roubos em Palmital e certamente em todas as cidades da região, assim como a falta de resolutividade das investigações que sequer garantem resposta às vítimas que se dispõem a oferecer queixa, estão levando a sociedade a caminhos perigosos e, provavelmente, irreversíveis. Não por acaso, inúmeros furtos e roubos sequer são comunicados às autoridades pelo simples motivo de não haver retorno e muito menos encaminhamento de solução, quanto mais a recuperação do que foi levado pelos ladrões, cujas perdas já são consideradas normais por aqueles que trabalham e arriscam a integridade física e até a vida para manter seus negócios e garantir o sustento de suas famílias.

Em Palmital, uma pequena comunidade de 20 mil habitantes, cujas pessoas se reconhecem, compartilham algum grau de parentesco ou mantêm amizades, são muitos os casos de vítimas que se calam diante da violência que cresce e assusta a todos indistintamente. Sem confiar no trabalho dos órgãos encarregados e de manter a segurança pessoal e coletiva, as medidas de segurança privada, de instalação de equipamentos e até de recolhimento compulsório para garantia da proteção são adotadas como forma de se adaptar à violência e à criminalidade crescentes.

“…inúmeros furtos e roubos sequer são comunicados às autoridades…”

Diante da ineficiência dos órgãos responsáveis pela segurança da coletividade, as pessoas começam a descrer das leis e a agir por conta própria, seja contratando serviços particulares, instalando equipamentos e até mesmo buscando o ressarcimento das pernas pessoalmente, desprezando a legislação e as regras por ela estabelecidas. Os muitos casos de vítimas que não informam as ocorrências às autoridades provam que não existe confiança de que haverá trabalho de proteção aos interesses da sociedade e que a impunidade servirá para incentivar os criminosos.

Em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, estão se formando grupos denominados “justiceiros” que saem à caça de ladrões e bandidos e fazer justiça com as próprias mãos, em crime de exercício arbitrário das próprias razões. Assim como os milicianos, se organizam para supostamente defender a sociedade e depois passam a explora-la por conveniência, os novos protetores usam da violência que os tornam fora da lei e muito próximos de se igualar a bandidos, como já acontece em pequenas cidades do interior, incluindo Palmital, onde já surgem os primeiros justiceiros.

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Cláudio Pissolito

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