Editorial – Verdades e mentiras


As manifestações havidas em 2013 contra os desmandos e a corrupção nas instituições públicas, cuja finalidade era a manutenção do poder a políticos, pareceu sem sentido com a reeleição de Dilma Roussef. Entretanto, o que muitos perceberam, mas pouco se denunciou, é que os meios usados para alavancar a candidatura da incompetente pupila de Lula foram os mais escusos e vergonhosos da história recente da república. Uma das maldades mais leves foi o trabalho de desconstrução da candidata Marina Silva, cuja capacidade e integridade moral foram aviltadas às últimas consequencias.

Entretanto, não foram apenas as calúnias e as infâmias, somadas à campanha incessante do medo que praticamente destruíram a candidata em primeiro lugar nas pesquisas depois da morte do titular da chapa, Eduardo Campos, que certamente seria eleito presidente do Brasil. Todos os recursos da máquina administrativa federal e de dezenas de estados e milhares de prefeituras serviram para garantir a manutenção do poder, muito além das eleições, como reforçou recentemente o corrupto-mor e criminoso condenado José Dirceu. Na época, a campanha da mentira,  somada a ações delituosas, serviu aos objetivos.

Entre as muitas falcatruas bem engendradas é obvio citar os mais de dois milhões de beneficiários ilegais do chamado “seguro defeso”, pago a pescadores no período de reprodução de várias espécies, mas que incluíram comerciantes, farmacêuticos, hoteleiros, agricultores e muitos outros profissionais moradores em regiões litorâneas e ribeirinhas que não vivem da pesca. Junto à farsa, houve absoluto descaso do controle para concessão do Bolsa Família, transformado em Bolsa Voto e turbinado pela propaganda eleitoral de que outros candidatos iriam interromper o programa social.

Para manter a simpatia dos ricos, dos artistas e de intelectuais, incluindo empresários dos setores educacional e financeiro, foram ampliados de forma irresponsável os empréstimos de longo prazo, os benefícios fiscais, as isenções, os patrocínios e também a concessão do financiamento educacional a preços elevados de mensalidades. Assim se criou a fórmula perfeita para se atingir o objetivo final, que acabou desmascarado pouco tempo depois. Agora, com o uso cada vez mais intenso das redes sociais, os eleitores não são reféns do rádio e da TV e muito menos
das pesquisas. Verdades e mentiras são checadas e transformadas em votos mais conscientes que estão renovando a classe política nacional.

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Cláudio Pissolito

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