Segundo a sentença, Sueli Feitosa teria cometido peculato ao se apropriar de quase R$ 11 milhões da prefeitura, em valores atualizados, entre 2002 e 2016; irmã, cunhado e mãe também foram condenados. Todos podem recorrer em liberdade
A Justiça de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) condenou nesta segunda-feira (21) a ex-tesoureira da prefeitura da cidade, Sueli de Fátima Feitosa, acusada de ter feito desvios milionários dos cofres da administração municipal, a 29 anos de prisão em regime fechado pelo crime de peculato.
A sentença também condenou parentes de Sueli: o cunhado Adilson Gomes de Souza e a irmã Camila Pereira Sacramento de Souza receberam penas de 10 anos de reclusão cada um; a mãe, Maria da Conceição Pereira Feitosa, foi condenada a sete anos de prisão em regime semiaberto. A decisão é em primeira instância e todos poderão recorrer em liberdade. A defesa de Sueli informou que vai recorrer.
O juiz Pedro de Castro e Sousa, da Vara Criminal de Santa Cruz do Rio Pardo, também determinou a perda de todos os bens que a família de Sueli Feitosa adquiriu no período entre 2002 e 2016. Entre os bens estão imóveis em bairros nobres, veículos e uma chácara.
Segundo a Justiça, Sueli Feitosa desviou verba da prefeitura por 2.291 vezes, em valores que somaram R$ 3,76 milhões, cifra que atualizada até a data de denúncia representa uma valor de R$ 10,9 milhões.
A denúncia
A denúncia do Ministério Público foi ajuizada em abril de 2020, quase cinco anos depois de os desvios terem sido descoberto, no fim de 2016.
Sueli Feitosa chegou a ser presa, mas deixou a penitenciária após conseguir um habeas corpus — Foto: Reprodução / TV TEM
Segundo o MP, Sueli era a responsável pela conciliação bancária das contas mais movimentadas do município.
Com isso, a denúncia informou que ela inseria no sistema da administração pública os valores que deveriam ter sido depositados no banco. Ela foi denunciada pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Além dela, o Ministério Público denunciou parentes da ex-servidora por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Segundo a investigação, eles compraram imóveis e veículos e eram sócios de empresa que foi aberta com o dinheiro desviado da prefeitura.
Ainda de acordo com o MP, a investigação da polícia não apurou envolvimento de outros servidores públicos ou de ex-prefeitos.
FONTE: G1